Anistia Internacional repudia capítulo de A regra do jogo

Para a organização, TV Globo usou o nome "Anistia Internacional" de maneira indevida, quando Romero Rômulo, interpretado por Alexandre Nero, se apresentou como advogado de direitos humanos

por Nathan Santos ter, 22/09/2015 - 17:01
Reprodução/TV Globo Romero Rômulo se apresentou como advogado de direitos humanos Reprodução/TV Globo

Em nota divulgada nesta terça-feira (22), a Anistia Internacional manifestou “total repúdio” ao uso do nome da instituição de “maneira indevida” no capítulo da novela A regra do jogo, que foi ao ar nessa segunda-feira (21). A utilização ocorreu quando o protagonista da obra, Romero Rômulo, interpretado por Alexandre Nero, se apresenta como advogado de direitos humanos que estaria a serviço da Anistia Internacional.

Segundo a nota, “o uso indevido do nome da Anistia Internacional e a representação equivocada do trabalho de defensores de direitos humanos na novela têm sido explorado de forma irresponsável e contribuído para criminalizar o mesmo”. A instituição, mesmo reconhecendo que a utilização do nome aconteceu em uma obra fictícia, acredita que a novela prestou um desserviço à consolidação de uma cultura de direitos humanos na sociedade brasileira.

Para a Anistia Internacional, a TV Globo usou o nome da organização para “reforçar um estereótipo equivocado sobre o trabalho dos defensores de direitos humanos no Brasil”. A instituição ainda completou a nota argumentando que a ficção, quando se compromete em retratar a realidade, precisa ter mais cuidado e deve avaliar as consequências quando se associa, “levianamente”, o tema dos direitos humanos a “iniciativas criminosas”.

Presente em mais de 150 países e há mais de 50 anos lutando pelos direitos humanos, a Anistia Internacional conta com mais de 7 milhões de apoiadores. Grande parte de seus custos são financiados por doações individuais.

Em resposta publicada no jornal O Globo, a TV Globo informou que "as novelas são obras de ficção sem compromisso com a realidade, como registramos ao final de cada capítulo”. Para a empresa, “ao recriar livremente situações que podem ocorrer na vida real, a dramaturgia busca apenas tecer o pano de fundo para suas histórias".

 

 

 

 

 

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