Performance artística com nudez é acusada de pedofilia

Apresentação do coreógrafo Wagner Schwartz no MAM em São Paulo viralizou na internet por imagens em que ele interage despido com uma criança

por Felipe Mendes sex, 29/09/2017 - 09:19
Reprodução/site oficial do artista Performance 'La Bête' tem inspiração em 'Bicho', de Lygia Clark Reprodução/site oficial do artista

Mais uma performance artística está sendo acusada de afrontar valores morais. A apresentação de 'La Bête', do coreógrafo Wagner Schwartz, no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, na última terça (26), viralizou na internet com fotos e vídeos e a acusação de pedofilia.

A performance foi apresentada na abertura da Mostra Panorama da Arte Brasileira. Nela, o artista permite que o público toque e manipule seu corpo despido. Durante o espetáculo, uma criança foi uma das pessoas a interagir com o coreógrafo, e as imagens estão sendo compartilhadas por vários perfis e grupos de internet com pesadas críticas. Muitas pessoas estão comentando as publicações da página do museu no Facebook com referências à performance.

O MAM se posicionou, em nota publicada nas redes sociais: "O trabalho não tem conteúdo erótico e trata-se de uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark, artista historicamente reconhecida pelas suas proposições artísticas interativas." A nota afirma ainda que o museu sinaliza aos visitantes o teor das performances, incluindo a presença de nudez artística.

O MAM afirma que a menina estava acompanhada da mãe, que também interage com o artista. Assista ao vídeo da performance:

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Leia a nota do Museu de Arte Moderna na íntegra:

"O Museu de Arte Moderna de São Paulo informa que a performance "La Bête", que está sendo questionada em páginas no Facebook, foi realizada na abertura da Mostra Panorama da Arte Brasileira, em evento de inauguração.

É importante ressaltar que o Museu tem a prática de sinalizar aos visitantes qualquer tema sensível à restrição de público. Neste sentido, a sala estava devidamente sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo a nudez artística. O trabalho não tem conteúdo erótico e trata-se de uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark, artista historicamente reconhecida pelas suas proposições artísticas interativas.

É importante ressaltar que o material apresentado nas plataformas digitais omite a informação de que a criança que aparece no vídeo estava acompanhada de sua mãe durante a abertura da exposição.

Portanto, os esclarecimentos acima denotam que as referências à inadequação da situação são fora de contexto."

Recentemente, diferentes atrações de arte foram censuradas após protestos e postagens em redes sociais criticando uma suposta imoralidade destas obras. O caso de maior repercussão foi o encerramento antes da data prevista da exposição 'Queermuseu', que estava em cartaz no Santander Cultural. O espetáculo 'Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu', em que uma mulher transexual vive Jesus Cristo também teve uma apresentação proibida pela Justiça.

 

 

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