Coletivo carioca prova que arte na rua pode dar certo

Espetáculo 'Querência quer ver o mar', do coletivo carioca Du'velhomoço, encheu a Praça do Carmo, em Olinda, de cores e cultura, neste sábado (30)

por Paula Brasileiro sab, 30/09/2017 - 19:08
Paula Brasileiro/LeiaJáImagens Os atores do Coletivo Du'velhomoço levam a arte para os espaços públicos Paula Brasileiro/LeiaJáImagens

O coletivo carioca Du'velhomoço encheu a Praça do Carmo, em Olinda, de cores, números circenses, elementos da cultura popular brasileira e teatro, na tarde deste sábado (30). O público compareceu e, sentado no chão, curtiu o espetáculo Querência Quer Ver o Mar com a máxima atenção e interação. O projeto tem o objetivo de ocupar os espaços públicos com arte e a estreia em solo olindense provou que a ideia pode dar certo.

Enquanto crianças e adultos se acomodavam em seus lugares, antes da apresentação, os atores do coletivo falaram ao LeiaJá sobre o projeto. O Du'evelhomoço é formado por quatro artistas apaixonados pela arte e motivados pelo desejo de levá-la ao maior número de pessoas. Berg Farias falou da importância de apresentar-se na rua: "O Rio de Janeiro tem muitos teatros, mas as pessoas não têm acesso. A gente acredita que a rua é o espaço primeiro em que as pessoas possam ter um afeto pela arte. A gente quer levar o espetáculo para as pessoas". Ele também explicou o mote da peça que de tão forte, foi parar até em seu título: "Esse querer é maior do que o comum, é um querer com afeto. É um querer que fala de um mundo melhor, de que as pessoas possam ser felizes. E no meio disso, tem essa Querência, a menina símbolo do espetáculo".

Gabriel Breves, segundo ator do coletivo, também falou sobre a montagem: "Esse espetáculo me toca muito porque tenho muitos parentes de Natal, então cresci ouvindo as músicas e histórias da tradição oral nordestina. A história da menina, eu enxergo muito a minha irmã nela. Então pra mim tem muitas ligações pessoais". Já a atriz Ana Luiza falou sobre estar em cena, na rua: "É maravilhoso. É uma troca de energia maravilhosa. E acho que essa troca de energia cura. Quantas pessoas devem chegar aqui meio pra baixo e saem daqui radiantes.". Ana que é deficiente visual, revelou que o espetáculo foi um "presente" para ela: "Ele tem muito a ver comigo, tem muito a ver com as vontades de vencer, dos quereres e de formas diferentes de ver esse mundo maluco da gente".



Plateia

Adultos e crianças, sentados lado a lado, no chão da praça, formavam a plateia da sessão de estreia de Querência quer ver o mar, em Olinda. Enquanto os atores se preparavam para entrar em cena, os olhinhos dos menores não desgrudavam do colorido dos 'apetrechos' e figurinos da trupe. Já os adultos, pareciam bastante satisfeitos com a possibilidade de uma tarde cultural ao ar livre.

Fabiana Cavalcanti, moradora da cidade, levou os três filhos para assistir ao espetáculo, Maria Flor (1 ano e 5 meses), Alice (5 anos) e Gabriel (9 anos): "É diferente, né? O teatro veio até a gente", disse. Alice estava na expectativa pela sua primeira vez no teatro: "Eu quero ver um palhaço", disse a pequena. Já Eugênia Lima estava com a filha, Maria Antônia (7 anos), e a sobrinha, Maria Alice (5 anos): "A cidade não tem essa coisas, a cultura é inacessível. É um presente mesmo trazer a família para ver arte, porque arte é o que comunica", disse.

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Temporada

Seguindo temporada, após a estreia deste sábado (30), o coletivo apresenta o espetáculo na cidade do Recife, neste domingo (1°), no Marco Zero, às 16h. Na segunda, a trupe aporta em Natal, no Rio Grande Norte, para uma circulação em alguns interiores do estado.

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