Netanyahu mostrou a Blinken fotos de bebês mortos

Estas imagens "superam praticamente tudo o que um ser humano pode entender e assimilar", disse o secretário de Estado americano, responsável pela diplomacia do país

qui, 12/10/2023 - 16:50
Jacquelyn Martin O premiê israelense, Benjamin Netanyahu (D), dirige-se à imprensa, observado pelo Secretário de Estado americano, Antony Blinken, após reunião em Tel Aviv, 12 de outubro de 2023 Jacquelyn Martin

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mostrou, nesta quinta-feira (12), ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, "fotos abomináveis de bebês assassinados e queimados pelos monstros do Hamas" no sábado, informou o gabinete do chefe de governo.

Em uma das fotos, publicada pelo governo na rede social X (antigo Twitter), vê-se o corpo de um menino ensanguentado em uma bolsa mortuária. Outras imagens mostram os restos mortais carbonizados de outro bebê.

Estas imagens "superam praticamente tudo o que um ser humano pode entender e assimilar", disse o secretário de Estado americano, responsável pela diplomacia do país.

"O mundo está vendo novas provas da perversidade e da desumanidade do Hamas [...], direcionadas a bebês, crianças, jovens adultos, idosos, pessoas com deficiência", acrescentou.

Nos últimos dias, uma polêmica sacudiu Israel sobre a existência de provas das atrocidades cometidas pelos milicianos do movimento islamita Hamas em um kibutz (fazenda coletiva), depois que uma emissora de televisão reportou, citando uma fonte militar, a descoberta de "bebês decapitados".

No sábado, o Hamas lançou uma ofensiva ampla contra Israel, que respondeu bombardeando Gaza.

Segundo balanços dos dois lados, a guerra matou ao menos 1.354 palestinos em Gaza e mais de 1.200 pessoas foram mortas pelos milicianos do Hamas em território israelense.

O Exército informou, ainda, ter encontrado cerca de 1.500 corpos de combatentes do Hamas que haviam se infiltrado no país.

- 'Necessidades humanitárias' -

Na reunião com Netanyahu e outros altos funcionários do governo israelense em Tel Aviv, Blinken falou sobre as "necessidades humanitárias" da Faixa de Gaza e defendeu o direito de Israel de se defender da ofensiva do Hamas.

"Falamos sobre a forma de atender às necessidades humanitárias da população de Gaza para protegê-la de qualquer dano, enquanto Israel realiza suas operações legítimas de segurança para se defender do terrorismo e tentar garantir que isto não volte a acontecer", disse o chefe da diplomacia americana após o encontro.

"Também mencionamos as possibilidades de uma passagem segura para os civis [da Faixa de Gaza], que queiram abandonar a região ou buscar refúgio", acrescentou Blinken.

Funcionários americanos anunciaram diálogos sobre estas passagens com Israel e com o Egito, que também faz fronteira com a Faixa de Gaza, antes de uma possível operação terrestre israelense.

O presidente do Egito, Abdel Fattah al Sissi, porém, disse, nesta quinta-feira, que os moradores da Faixa de Gaza "devem se manter firmes e permanecer em sua terra", ignorando a pressão para autorizar a saída de civis do território.

Blinken também culpou o Hamas pelo tratamento dos civis palestinos.

"O Hamas continua usando os civis como escudos humanos", afirmou o secretário de Estado, acusando o movimento de "pôr civis em perigo, intencionalmente, para se proteger a si próprio, sua infraestrutura e suas armas".

Gaza sofre um bloqueio israelense desde que o Hamas chegou ao poder no enclave, em 2007.

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