Um espetáculo de cores, teatro e música abre as Olimpíadas

Uma festa que valorizou aspectos humanos e da cultura inglesa iniciou a terceira edição de Olímpiadas na Grã-Bretanha

por Thiago Graf sex, 27/07/2012 - 21:39

Com quase quatro horas de duração, foi realizada nesta sexta-feira (27) a cerimônia oficial de abertura dos Jogos Londres. O evento teve início pontualmente às 17h (horário de Brasília), no Estádio Olímpico e contou com mais de 10 mil atores voluntários, que fizeram um espetáculo digno da grandeza da disputa - mesclando música, literatura e cinema e importantes aspectos da cultura britânica. Essa é a terceira vez que a região abriga o competição, fato que já tinha ocorrido em 1908 e 1948.

Com o estádio completamente lotado por 80 mil pessoas, os ingleses apostaram em um espetáculo bem menos sincronizado e tecnológico do que o de Pequim-2008. Trabalhando grandes nomes de sua história, o evento teve a direção do cineasta Danny Boyle e foi iniciada com a tentativa de recriar uma época rural, quando chaminés surgiram do chão e deram ao movimento da revolução industrial, que modificou toda a estrutura econômica e social do mundo. Como base foi usada a peça “A tempestade”, de William Shakespeare, sendo declamada pelo ator Kenneth Branagh.

Em seguida foi a vez do surgimento dos arcos olímpicos e a primeira aparição da Rainha Elisabeth II em um filme. Ela contracena com Daniel Craig, interpretando o agente secreto James Bond, que vai até o Palácio de Buckingham e a escolta até o Estádio. Um helicóptero sobrevoou o local e dublês que representaram a rainha e o personagem dos cinemas pularam de paraquedas, anunciando a chegada da dupla ao evento.

Entre os clássicos literários e, posteriormente cinematográficos, as histórias de Peter Pan e Mary Poppins foram retratadas. O evento começou a ganhar mais ritmo com uma surpresa. Quando a orquestra começou a tocar, um personagem querido dos ingleses surgiu. Mr. Bean, interpretado Rowan Atkinson, com suas caras e bocas levou o público aos risos enquanto tocava uma única nota do teclado.

Um das produções britânicas mais valorizadas foi a musical. Uma miscelânea de artistas e ritmos tomou conta do espetáculo. Em uma mistura moderna, artistas como Beatles, Rolling Stones, David Bowie, Queen, Sex Pistols, Amy Winehouse, The Who, David Bowie, Duran Duran, The Clash e Blur tiveram seus sucessos relembrados e serviram como trilha para a encenação da revolução digital, tão presentes na vida cotidiana atualmente.

Passadas as encenações, chegou a vez dos desfiles olímpicos – que é um dos protocolos oficiais do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ao todo, 204 delegações foram representadas, além de mais quatro atletas que estava com a bandeira do COI. A Grécia iniciou na passarela, seguida do restante dos países que eram chamados em ordem alfabética. O Brasil foi o 38° país a entrar no estádio Olímpico, com o cavaleiro Rodrigo Pessoa carregando a bandeira nacional, e foi bastante aplaudido. A Grã-Bretanha, como manda a tradição, encerrou o desfile.

A partir daí, começaram um dos shows de encerramento. A banda Arctic Monkeys fez uma cover dos Beatles e tocou “Come Togheter”. Dando sequência, foi a vez dos discursos oficiais. O primeiro dele foi o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge. “Obrigado, Londres, por receber o mundo com esse universo vibrante. Foi preciso o trabalho duro e de muita gente para que chegássemos até aqui. Esses Jogos deixaram um legado importante. Agradeço aos dedicados voluntários”, valorizou. “Os Jogos Olímpicos estão vindo para casa esta noite. É um país que ama o esporte e onde é reconhecido o surgimento do esporte moderno. Foi aqui que ele foi incluído como ferramenta escolar. Congratulo todos os atletas que conquistaram um lugar nas Olimpíadas“ complementou – repassando uma mensagem positiva aos presentes, onde reforça a importância do espírito competitivo.

A rainha Elisabeth II iniciou oficialmente as Olimpíadas de Londres. A bandeira olímpica entrou no Estádio acompanhada por oito referências mundiais, fugindo da tradição onde só atletas a carregavam. A brasileira Marina Silva, como uma das lutadoras contra a destruição do meio ambiente no Brasil, foi uma das pessoas – assim como o ex-boxeador Mohamed Ali - que conduziram a bandeira.

Entre as presenças ilustres estavam cerca de 40 chefes de estado e autoridades como a presidente Dilma Rousseff; a chanceler Alemã, Ângela Merkel; além da primeira dama norte-americana, Michele Obama. Após o juramento dos atletas, árbitros e técnicos, o último mistério da noite era saber quem iria acender a pira. Cogitou-se o jogador de futebol David Beckham, mas ele guiou a lancha que levou a tocha pelo rio Tâmisa até o Estádio Olímpico. Mas nenhuma grande surpresa foi causada e um grupo de jovens atletas britânicos foi o responsável pelo ato.

O evento foi encerrado com um show pirotécnico e ao som de “Sir” Paul McCartney. O ex-beatle cantou com outras 80 mil vozes o sucesso “Hey Jude”.

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