O adeus de um supercampeão

Michael Schumacher é o maior vencedor da história da Fórmula 1 e se despede definitivamente da categoria no final da temporada

por Thiago Graf dom, 07/10/2012 - 02:43
Reprodução/Site Oficial Com a despedida, Schumacher não conseguirá bater o único recorde que ainda persegue, o de piloto que mais disputou corridas Reprodução/Site Oficial

Foram duas etapas de uma carreira vitoriosa e que será encerrada no final do ano. Ao todo, Michael Schumacher disputou 19 temporadas a bordo de um cockpit da Fórmula-1, tempo suficiente para que ele alcançasse números recordes: sete títulos da categoria, 302 Grandes Prêmios disputados, 91 vitórias, 69 pole positions, além de 155 pódios conquistados. Esses números ainda podem aumentam até o final da temporada e credenciam o alemão como um dos maiores pilotos que o mundo já viu e que é exemplo para os que começam a trilhar o caminho da velocidade. O Portal LeiaJá relembra a trajetória do heptacampeão.

A estreia na F-1

O início de Schumacher já deu indícios da “estrela” que o alemão tem. Na F-1, Michael começou em 1991, defendendo a Jordan. Aos 22 anos ele substituiu o corredor belga Bertrand Gachot. Não chegou a concluir a corrida, mas Flávio Briatore aprovou a apresentação e o levou para a Benetton. Em 1992, ele fez a sua primeira temporada completa e conseguiu o terceiro lugar geral, ficando em quarta colocação no ano seguinte.

Em seu terceiro ano na Benetton, Michael Schumacher fatura o título de 1994, por apenas um ponto de diferença. O alemão ainda alcançou o bicampeonato no ano seguinte.

Ferrari: uma série de títulos

Em 1996, ele acertou com a Ferrari. O início não foi fácil. Travou duelos fortes com Jacques Villeneuve (Williams), em 1997, e diante de Mika Hakkinen (McLaren), em 1999. Perdeu os dois. O temperamento de Michael também não era dos mais calmos e fez com que o alemão se envolvesse em várias polêmicas, a principal delas aconteceu em 1997, quando era líder da competição, mas colidiu propositalmente em Villeneuve e foi desclassificado da competição.

Schumacher passou quatro anos sem levantar uma taça da competição. No entanto, quando começou, emendou mais um recorde: cinco títulos seguidos (2000, 2001, 2002, 2003 e 2004).

Um “até logo”

Com temporadas discretas em 2005 e 2006, ano em que venceu seu último GP, Michael acertou a sua saída e também anunciou a aposentadoria. Não durou muito tempo. Após três anos longe, ele voltou para a Mercedes em 2009. No período em que ficou fora da categoria, nunca esteve sem competir no automobilismo, participando de disputas amadoras.

Relação especial com Spa-Francorchamps

Schumacher não era de temer adversários e pistas, em sua trajetória é até difícil encontrar algum circuito na qual ele não tenha vencido uma prova. No entanto, o alemão também não escondeu o seu carinho pelas disputas em Spa-Francorchamps, na Bélgica. Neste circuito, ele fez a sua estreia, em 1991; ganhou seu primeiro GP em 1992; e venceu a corrida que é considerada uma das mais brilhantes que fez, quando largou em 16º, no ano de 1994.

"Spa-Francorchamps é, sem dúvida, minha pista favorita. Tenho muitos momentos especiais lá”, comentou Schumacher às vésperas de realizar o seu 300º Grande Prêmio na história da F-1, justamente na Bélgica, no mês passado.

Retorno e despedida final

Depois de se despedir da categoria em 2006, ele voltou para comandar um dos carros da Mercedes, equipe recém-criada em 2009. Na temporada seguinte, Michael iniciou as disputas, mas o aproveitamento não lembra nem de longe o desempenho dos tempos de Ferrari. Em sua segunda passagem pela F-1, o alemão fez, até o momento, 52 corridas e conquistou apenas um pódio, uma volta mais rápida e terminou 30 vezes entre os 10 primeiros colocados, mas sem vitórias.

A trajetória de Schumacher na Mercedes também ficou insustentável depois da equipe informar que não pretendia contar com os serviços do piloto para a próxima temporada. Para piorar a situação, a escuderia anunciou ainda a contratação do inglês Lewis Hamilton, atualmente na McLaren e que é um dos principais pilotos da categoria.

A decisão de abandonar a categoria foi anunciada na última quinta-feira (4), na cidade de Suzuka, no Japão, onde ele disputa mais uma etapa da competição. Em entrevista coletiva convocada para comunicar a decisão, Schumacher se disse satisfeito e feliz com o tinha vivido dentro do automobilismo. Com 43 anos de idade, o alemão explicou que o encerramento da carreira tem duas causas principais: a motivação já não é mais a mesma e o corpo quer mais repouso. “Pensei sobre o assunto há algum tempo. O acordo era de três anos e é difícil seguir motivado e com energia. É natural analisar mais sobre a possibilidade de parar agora do que quando você é jovem”, esclareceu. “Tomei a decisão de me aposentar da F-1 no fim da temporada mesmo tendo condições de seguir disputando com os melhores pilotos do mundo. Isso é me deixa orgulhoso e é parte da razão para eu não me arrepender do meu retorno. Estou feliz com o meu desempenho. No entanto, é hora de dizer adeus”, pontuou.

Com a despedida, Schumacher não conseguirá bater o único recorde que ainda persegue, o de piloto que mais disputou corridas. Ele fez 302 até o momento e é o segundo nesta lista, perdendo apenas para o brasileiro Rubens Barrichello, que tem 323. Os dois foram companheiros nos tempos de Ferrari.

Confira abaixo mais recordes do alemão:

• Total de pontos: 1534



• Único piloto a concluir uma temporada completa no pódio, feito alcançado em 2002. Foram 17 pódios.



• Em 22 oportunidades conseguiu a pole position, venceu a corrida e alcançou a volta mais veloz



• 4.741 Voltas na primeira colocação



• Maior média de velocidade em uma corrida: 247,585 km/h



• Maior tempo como campeão: de 8 de Outubro de 2000 a 25 de Setembro de 2005)

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