São Paulo pode rodar 33 mil km pela Libertadores
Se avançar para a fase de grupos, clube será o paulista que mais sofrerá com viagens no campeonato continental
Não só por causa da fase preliminar da Libertadores, mas principalmente devido aos adversários que terá na fase de grupos, caso consiga vaga no Grupo 1, o São Paulo é, entre os times paulistas que participarão do torneio, o que mais deverá sofrer com as viagens. A equipe do Morumbi pode terminar a fase de grupos com mais de 33 mil quilômetros percorridos pelo continente com viagens para Peru, Bolívia, Venezuela e Argentina.
Já Palmeiras e Corinthians terão vida mais tranquila com relação às viagens. Os deslocamentos do alviverde, por exemplo, não chegarão nem à metade das distâncias percorridas pelo São Paulo.
Logo na estreia, no dia 3 de fevereiro, o São Paulo terá uma viagem longa. O Cesar Vallejo, terceiro colocado no campeonato peruano, é da cidade de Trujillo, localizada a 566 quilômetros da capital Lima. Se a diretoria do São Paulo não fretar um avião, a delegação terá de fazer a viagem em dois voos comerciais. A primeira metade para Lima e depois outro voo para Trujillo. O jogo de volta será no dia 10, no Morumbi.
Se avançar para a fase de grupos, serão mais dois deslocamentos complicados quando tiver de enfrentar o Trujillanos na Venezuela e o The Strongest na Bolívia.
O Trujillanos joga na cidade de Valera, que fica a 600 quilômetros da capital Caracas. A distância de Valera para São Paulo é de 6.570 quilômetros. Para os clubes brasileiros, o deslocamento só não é maior do que o feito nas viagens para enfrentar times no México.
La Paz, cidade do The Strongest, nem é tão longe: 2.948 quilômetros. O problema é a falta de voos diretos para a capital boliviana. Assim, ou o São Paulo freta um avião ou terá de fazer escala em Santa Cruz de la Sierra ou Cochabamba. Para piorar, a altitude da capital da Bolívia é de mais de 3.500 metros.
Na última vez em que enfrentou o The Strongest, em 2013, o São Paulo optou por viajar na véspera para Santa Cruz de la Sierra e pegou um voo para La Paz apenas no dia do jogo para que os jogadores não sentissem tanto os efeitos da atitude. A estratégia não funcionou e o São Paulo perdeu por 2 a 1.
A viagem mais curta que a equipe fará caso se classifique para a fase de grupos é para Buenos Aires, na Argentina, para enfrentar o River Plate, atual campeão da Libertadores.
O Corinthians ainda aguarda o vencedor do confronto entre Oriente Petrolero (Santa Cruz de la Sierra, Bolívia) e Independiente Santa Fé (Bogotá, Colômbia) para conhecer o quarto integrante do Grupo 8. A viagem mais longa é para Bogotá, porém com a facilidade de ter voo comercial direto.
Assim, a maior dificuldade para o Corinthians seria o jogo contra o Cobresal, no Chile. O time é da cidade de El Salvador, no deserto do Atacama. Logo após o sorteio dos grupos, na terça-feira, dirigentes dos dois clubes conversaram na sede da Conmebol, no Paraguai, e os chilenos avisaram que há duas maneiras de os brasileiros chegarem à cidade: com um avião fretado ou por meio de voos comerciais partindo de Santiago.
O outro jogo do Corinthians fora de casa na primeira fase será contra o Cerro Porteño, em Assunção. Será a viagem mais curta: 1.948 quilômetros. "Ultimamente no futebol, se tratando de Libertadores, todos os adversários são complicados, são difíceis, mas em termos de logística até que foi razoável para o clube em termos de viagens, voos e etc", disse o diretor adjunto de futebol do clube, Eduardo Ferreira.
VIAGENS CURTAS - O Palmeiras, apesar de caído no Grupo 2, em um dos mais fortes da Libertadores ao lado de Nacional (Uruguai) e Rosario Central (Argentina), também destacou o fato de não precisar fazer grandes deslocamentos. O quarto integrante da chave sairá do confronto entre River Plate (Uruguai) e Universidad de Chile.
Mesmo se tiver de fazer uma viagem mais longa para Santiago, a quilometragem máxima que a equipe alcançará na primeira fase será de 14.762 quilômetros, somando os trajetos de ida e volta.