Preços do açaí e da farinha disparam na Grande Belém

Preço do litro do açaí sofre alta pelo quinto mês seguido, aponta o Dieese-PA. Farinha mais barata é comprada no Sul.

seg, 18/04/2016 - 01:34

O preço do açaí registrou alta pelo quinto mês consecutivo. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), a trajetória do valor comercializado em Belém teve uma variação de R$ 20 a R$ 40 nos últimos 12 meses. A entressafra é o principal motivo do custo elevado, que tende a continuar até maio, em todo o Estado.

Os preços também mudam de acordo com a localização e tipo de estabelecimento. Em fevereiro de 2015, o litro da polpa da fruta com espessura média – o mais vendido na região – custava R$ 17,61. Encerrou o ano sendo comercializado em média a R$ 17,33. Nos três primeiros meses de 2016, a alta acumulada chegou a 4,87%.

Nos principais pontos de venda da capital, como a feira da 25 de Setembro, o litro do açaí médio custa R$ 20. Consumidor diário, Edilberto Filho diz que não vale a pena pagar esse preço pelo produto, pois ele pode ser facilmente substituído por outros alimentos, como salada de frutas. Para Luciano Viana, o preço é justo. Ele continua a comprar: “No inverno é mais difícil para apanhar o açaí. Os apanhadores faturam mais com preços mais altos. Para nós, consumidores, sai caro. Para se adquirir um açaí de qualidade tem que se pagar um preço alto, de fato”.

Segundo o Dieese-PA, a farinha de mandioca também apresentou alta no preço nos dois primeiros meses deste ano. O valor do litro teve crescimento de quase 54%, contra a inflação de 2,47% no período. Até março, o litro era vendido, em média, a R$ 6,50. Neste primeiro trimestre, a farinha tem puxado o encarecimento da alimentação no Estado.

Relação - O aumento de preços, aponta o Dieese-PA, está relacionado à sazonalidade da produção da mandioca e a importação do produto de outros, como o Paraná, para garantir o atendimento à demanda local. Feirantes do Estado admitem que, para fugir dos valores elevados, começaram a vender farinha produzida no sul do país. O produto não atende totalmente o gosto dos paraenses, mas sai mais em conta. No final de março, o litro da farinha local era encontrado por até R$ 7 em alguns estabelecimentos.

O aumento dos preços do açaí e da farinha de mandioca, dois alimentos importantes na mesa do paraense, causa preocupação. Thaina Vianna, estudante de filosofia, desabafa: “Acho um absurdo, uma fruta da nossa região (açaí) ser vendida por um preço tão elevado, a farinha igualmente. Mas acho que isso é reflexo da exportação. Mandam para fora e aqui fica em falta, fazendo com que os preços aumentem”.

Por Arthur Siqueira e Julyanne Forte, com colaboração de Irlaine Nóbrega.

 

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