Dólar avança ante o euro, mas recua ante o iene

Outros indicadores divulgados nesta quinta-feira sinalizaram que há melhoria no mercado de trabalho dos EUA

qui, 02/06/2016 - 19:46

O dólar subiu ante o euro e moedas emergentes e commodities nesta quinta-feira, 2, com investidores preparando-se para o aguardado relatório mensal de empregos (payroll) dos Estados Unidos, que sai nesta sexta-feira. Em relação ao iene, porém, o dólar caiu, já que a moeda japonesa foi impulsionada por uma declaração de um dirigente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês). Perto do fechamento em Wall Street, o dólar caía a 108,82 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,1155.

O índice para o dólar, que mede a moeda ante uma cesta de outras divisas, ficou em leve alta no fim do dia, em grande medida por causa dos ganhos ante o euro e as moedas ligadas ao petróleo. Na comparação com o iene, o movimento foi outro. Além do fato de o governo do Japão ter adiado a elevação do imposto sobre vendas, impulsionou o iene o fato de que um membro do conselho do BoJ, Takehiro Sato, afirmou que as taxas de juros negativas e o relaxamento quantitativo não são sustentáveis. Isso lançou dúvidas sobre eventuais novas medidas de flexibilização da política monetária no país, o que impulsionou a divisa japonesa.

Após o dólar avançar com mais força em maio, com investidores mais propensos a acreditar que as taxas de juros podem ser elevadas nos EUA, a moeda oscilou em níveis mais estreitos nesta semana, com o mercado avaliando uma série de indicadores econômicos.

O estrategista de câmbio Win Thin, da Brown Brothers Harriman, afirmou que um relatório forte de empregos nesta sexta-feira pode dar mais um argumento para uma alta de juros nos EUA. Os juros mais altos são um impulso para o dólar, porque tornam a moeda mais atraente para os investidores em busca de maiores retornos. Thin acredita que, como o mercado já levou o dólar para um patamar razoável, é preciso um número forte no payroll para a moeda avançar mais.

Outros indicadores divulgados nesta quinta-feira sinalizaram que há melhoria no mercado de trabalho dos EUA. Os novos pedidos de auxílio-desemprego caíram 1 mil na última semana, para 267 mil. A ADP informou que foram criados no setor privado dos EUA 173 mil vagas em maio, um pouco acima da previsão de 170 mil dos analistas.

No caso do euro, influiu o Banco Central Europeu (BCE), que manteve sua política monetária. Além disso, o presidente da instituição, Mario Draghi, disse que a inflação deve seguir fraca no curto prazo na zona do euro, para avançar apenas no mais longo prazo.

Algumas moedas ligadas a commodities recuaram, após a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) terminar sem acordo quanto a uma eventual cota para a produção. O dólar subiu, por exemplo, ante o peso mexicano e o dólar canadense.

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