Tentando fugir da guerra, iraquianos são detidos no Recife

Iraquianos tentavam embarcar para a Espanha usando passaportes falsos

por Nathália Guimarães seg, 01/01/2018 - 13:26
Divulgação/Polícia Federal Iraquianas demonstraram firme interesse em pedir refúgio no Brasil Divulgação/Polícia Federal

Três iraquianos, sendo duas mulheres e um menino de 6 anos, foram interceptados no Aeroporto Internacional do Recife Gilberto Freyre, na madrugada de sábado (30), quando tentavam embarcar para a Espanha com passaportes falsos de Israel. Segundo a Polícia Federal (PF), eles entraram com pedido de refúgio no Brasil e declararam ser fugitivos da guerra.

As prisões aconteceram quando um representante da empresa da companhia Air Europa Linhas Aéreas comunicou à Delegacia de Imigração da PF a existência de três passageiros que estavam tentando embarcar para Espanha utilizando passaportes israelenses falsos.

As estrangeiras não deram detalhes nem da data e tampouco da forma como entraram no Brasil, disseram apenas que ficaram hospedadas num hotel no Rio de Janeiro e de lá foram orientadas a seguir para Recife de onde embarcariam para a Europa.

As mulheres informaram aos policiais federais que existem informações verdadeiras nos passaportes, que são considerados falsos por declarar que eles são israelenses e não iraquianos. Segundo a PF, uma delas disse que eles compraram os documentos na Turquia. Pagaram US$ 100 para cada adulta e US$ 50, pelo da criança.

Segundo a PF, as iraquianas demonstraram firme interesse em pedir refúgio no Brasil e não retornar para o Iraque, alegando que alguns parentes foram mortos neste conflito. A solicitação de permanência formal foi preenchida quando as estrangeiras estavam sendo ouvidas na PF e será encaminhado para o órgão central em Brasília.

A análise do pedido de permanência caberá ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), responsável por declarar o reconhecimento, em primeira instância, dessa condição de estrangeiros. Logo depois de prestar depoimento, as mulheres e a criança seguiram para o Instituto de Medicina Legal (IML) para se submeter a exames de corpo de delito.

Em seguida, foram levadas a um hotel na capital. A partir de terça-feira (2), segundo a PF, deverão ficar numa casa abrigo indicada pelo governo do estado esperando a decisão do pedido de refúgio. Caso sejam condenadas, poderão pegar penas que variam de 2 a 12 anos de reclusão, além de multa.

LeiaJá também

--> Papa pede acolhida a refugiados durante Missa do Galo

COMENTÁRIOS dos leitores