No Rio, Marcha da Maconha pede fim da intervenção federal

Com o tema "O Rio precisa de legalização", a 18ª edição da marcha reuniu políticos, militantes e apoiadores da causa na tarde deste sábado (5), em Ipanema

por Mellyna Reis sab, 05/05/2018 - 17:32
Cyrus Afshar/divulgação O ato saiu da praia do Jardim de Alah até o Arpoador para pedir o fim da descriminalização do consumo da erva Cannabis Saativa Cyrus Afshar/divulgação

RIO DE JANEIRO - A 18ª edição da Marcha da Maconha marcha reuniu políticos, militantes e apoiadores na tarde deste sábado (5), em Ipanema, Zona Sul do Rio. O ato saiu da praia do Jardim de Alah em direção ao Arpoador e trouxe o slogan "Intervenção não. O Rio precisa de legalização". 

"Desde 1830, a maconha é usada de desculpa para prender e matar preto e pobre. É pra isso que serve a proibição da maconha. Mas a gente não aceita mais essa guerra aos pobres", discursou o vereador do PSOL, Renato Cinco, um dos organizadores do ato. 

Os participantes levaram diversas faixas, bandeiras e cartazes contra a intervenção militar, instaurada em fevereiro por decreto federal. Entre as mensagens, a frase "Quantos mais vão precisar morrer até que essa guerra acabe?", proferida pela vereadora Marielle Franco (PSOL) em um dos seus discursos na Câmara Municipal, um dia antes de ser assassinada no Estácio.

Ressaltando o posicionamento da parlamentar, a marcha deste ano endureceu as críticas à política de repressão às drogas, devido ao elevado índice de mortes de moradores nas favelas e também de policiais em operações. 

"A gente sabe que, no final das contas, eles não estão preocupados em combater as drogas. eles estão preocupados em manter as favelas e as periferias sob terror constante. Esse é o objetivo da guerra às drogas", enfatizou Renato Cinco. 

Participante assíduo do ato, o deputado estadual Carlos Minc (PSB) também endossou a crítica à intervenção. "Hoje em dia, o Rio é refém da intervenção militar, que não resolveu nenhum problema. Todos os crimes aumentaram, só a liberdade é que diminiu". 

Com uma trajetória política marcada pela defesa de pautas ambientalistas, Minc, que foi um dos fundadores do Partido Verde (PV), exaltou a legalização da erva cannabis saativa como solução para acabar com o poderio do tráfico.

"O proibicionismo dá o monopólio das vendas da maconha e outras drogas ao traficante", afirmou. Os organizadores estimam que cerca de 10 mil pessoas participaram da marcha.

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