Após bullying por câncer da mãe, menina ganha bolsa

A criança se queixou que os colegas tinham nojo dela devido à doença da mãe, que ao conversar com a escola ouviu da diretora que sua imagem é 'agressiva à sociedade'

por Lara Tôrres sex, 03/08/2018 - 12:33
Reprodução/Facebook Ao tentar resolver o caso de bullying, Carol Venâncio sofreu preconceito Reprodução/Facebook

Um caso de preconceito, bullying e intolerância teve fim no Distrito Federal por conta da solidariedade de pessoas dispostas a ajudar Carol Venâncio Duarte e sua filha, que era aluna do sexto ano do Colégio Notre Dame Brasília. A menina foi vítima de bullying pelo fato de sua mãe estar em tratamento contra o câncer. Após a história ganhar visibilidade, a família foi ajudada por outras mães e outra escola, que deu uma bolsa parcial para que a criança pudesse sair do colégio onde estudava.

Quando a filha se queixou que alguns colegas afirmavam ter nojo dela por causa da aparência da mãe, que perdeu os cabelos por conta do tratamento quimioterápico, Carol procurou a direção da escola e recebeu da diretora, Irmã Loiva, a “sugestão” de que cobrisse a cabeça porque a sua imagem era “agressiva à sociedade”. 

No Facebook, a irmã de Carol e tia da menina que sofreu bullying, Camila Venancio Duarte, fez uma postagem de apoio à sua irmã, expondo o modo como ela foi tratada pela direção da instituição de ensino.

“[A Irmã Loiva] Essa senhora cruel, sugeriu que minha irmã usasse peruca ou chapéu, pois a imagem dela era agressiva à sociedade. Eu fui até a escola a pouco conversar com essa senhora, e ela me disse que sugeriu sim, que Carol usasse, pois a imagem dela assustava, perguntei a quem assustava, ela disse que a todos. Irmã Loiva, assustador é seu ódio e preconceito, a senhora sim é uma agressão a sociedade”, escreveu ela em um post que alcançou, até às 12h21 desta sexta-feira (3), 329 comentários, 894 compartilhamentos e quase 3 mil reações.

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Com a repercussão, a Irmã Loiva foi afastada da direção do Colégio Notre Dame e a criança recebeu uma bolsa parcial para estudar no colégio Sigma, também no Distrito Federal, mas os custos ainda eram altos para a família. A solidariedade de outros membros da comunidade escolar foi o que fez a diferença no desfecho desse caso: um grupo de mães se juntou para doar o uniforme e os livros de que a criança que foi vítima de bullying precisaria na nova escola. 

Por sua vez, o colégio Sigma se pronunciou afirmando por meio de uma nota que tem compromisso com a educação e que “a direção da escola fez o que foi possível para que a família e a aluna fossem acolhidos no ambiente escolar. A nossa primeira intenção foi garantir que a estudante, diante do seu contexto e sua história, tivesse a possibilidade de dar continuidade aos seus estudos de forma plena, segura e tranquila”. 

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