Menina casada com homem 30 anos mais velho volta para casa
A união dessa menina com um homem de 41 anos inflamou as redes sociais no país e se multiplicaram os apelos pelo fim do casamento infantil
Uma menina tailandesa de 11 anos, cujo casamento com um malaio 30 anos mais velho do que ela provocou indignação na Malásia, retornou esta semana para casa - anunciou uma autoridade tailandesa neste sábado (11).
Os muçulmanos menores de 16 anos podem se casar na Malásia, desde que obtenham permissão de um tribunal religioso. A união dessa menina com um homem de 41 anos inflamou as redes sociais no país e se multiplicaram os apelos pelo fim do casamento infantil. Ela é a terceira esposa.
A boda aconteceu em junho na província de Narathiwat, no sul da Tailândia, fronteiriça com a Malásia e povoada por maioria muçulmana.
A garota voltou para a Tailândia na quarta-feira, após "a imensa pressão exercida pela imprensa malaia", explicou o governador de Narathiwat, Suraporn Prommool.
O governador indicou que a menina está recebendo atenção psicológica, devido ao enorme interesse provocado pelo caso.
Suraporn Prommool afirmou que este casamento não está de acordo com o Direito Civil da Tailândia, onde a população é majoritariamente budista, e que a cerimônia foi realizada com o apoio de um conselho islâmico. Os pais da pequena, acrescentou o governador, aprovaram.
"Não podemos fazer nada (para anular o matrimônio), porque se casaram pela lei religiosa", acrescentou.
O noivo, um comerciante, está sujeito a uma pena de seis anos de prisão, se ficar comprovado que não obteve a autorização necessária na Malásia.
A menina nasceu na Tailândia, filha de pais agricultores. Seu conhecimento da língua tailandesa é básico, relata Suraporn Prommool.
Os defensores dos direitos das crianças na Malásia militam por uma modificação da lei, para pôr fim ao casamento infantil - muito comum segundo eles. Cerca de 16.000 malaios menores de 15 anos estão casados, asseguram.
Uma representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) afirmou que este caso é "escandaloso e inaceitável" e urgiu as autoridades a proibirem o casamento infantil.