Parada da Diversidade reúne milhares de pessoas no Recife

Com o tema “Votar colorido é assumir nenhum direito a menos”, a 9ª edição da Parada da Diversidade de Casa Amarela desfilou pelas ruas do bairro

por Lorena Andrade dom, 02/09/2018 - 18:36

Com o tema “Votar colorido é assumir nenhum direito a menos”, a 9ª edição da Parada da Diversidade de Casa Amarela reuniu cerca de 8 mil pessoas na tarde deste domingo (2) na Zona Norte do Recife. Os números foram divulgados pelo Movimento LGBT da Zona Norte, que é o organizador da marcha. A Polícia Militar não divulgou a estimativa de público.

Dois trios elétricos desfilaram no trajeto de dois quilômetros que começou por volta das 15h em frente ao Clube Treze do Vasco. "Fazemos ações o ano inteiro no bairro. Orientações relacionadas à saúde, violência, homofobia. Então hoje não é um dia apenas de festa, é um ato político para chamar atenção para a classe LGBT no estado. O tema desse ano é prova disso. Temos que eleger pessoas que atendam as nossas demandas", disse Xandy Show, coordenador do Movimento LGBT da Zona Norte.

As ruas do bairro ficaram tomadas pelos participantes, muitos com bandeiras com as cores do arco-íris. As drag queens também marcaram presença, entre elas a multi artista caricata Salário Mínimo, homenageada do evento. "Fico emocionada por estar aqui, por esse carinho. A gente luta o ano inteiro pelos nossos direitos, por respeito", conta a artista.

Em um dos trios elétricos da Parada, a cantora Michele Melo ressaltou a importância do ato. "A gente precisa aprender a respeitar as diferenças, a ter tolerância. Todo mundo tem o direito de viver, ser feliz. É uma violência dizer ao outro que ele não pode ser o que ele quer. Por isso o dia de hoje é tão importante, porque precisamos apoiar essas pessoas que sofrem tanta violência e preconceito diariamente", disse a artista que participa pela primeira vez da Parada da Diversidade de Casa Amarela.

Acompanhado dos amigos e do namorado, o estudante Anderson Júnior, de 19 anos, definiu a marcha como liberdade. "Me sinto livre, ninguém me incomoda. Posso beijar meu namorado sem problemas. No dia a dia é difícil, a gente sofre muito preconceito, muito julgamento. A minha família me respeita e me apoia, mas a sociedade ainda é muito preconceituosa", desabafou. Ao final do desfile dos trios, haverá concursos de drag, e shows da cantora Nega do Babado, DJs e tenda eletrônica.

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