Auto do Círio leva artistas para as ruas da Cidade Velha

Manifestação artística toma conta do centro histórico de Belém como parte das festividades do Círio de Nazaré

dom, 14/10/2018 - 07:54

Uma grande manifestação artística, sábado (12), em Belém, marcou saída do Auto do Círio 2018. A partir das 19 horas a movimentação era grande na Cidade Velha. Uma mistura de  devoção, arte e cor animou o bairro com os sons da batucadas em ritmos de carnaval que davam início a mais um cortejo de homenagens feito pelos artistas à Nossa Senhora de Nazaré.

Este ano, o Auto do Círio trouxe o tema "Maria - Diversidade do Amor" e buscou unir todas as formas de manifestação de fé na pluralidade religiosa, artística e cultural. O ato representou as matrizes negras, indígenas e católicas em uma só linguagem, a do amor.

A estudante de Pedagogia Dheny Munhoz disse que a experiência é bem gratificante. "Apesar de não ser católica, estou gostando bastante de participar desses atos em relação a nossa cultura paraense. Eu fico muito feliz de ser convidada, assim eu tenho certeza de quanto nossa cultura é rica e linda", disse.

O Auto do Círio surgiu como um projeto de extensão da Universidade Federal do Pará  (UFPA) para dar aos artistas a oportunidade de homenagear Nossa Senhora de Nazaré em sua plena liberdade, como afirmou a professora de Teatro e Dança da UFPA Micheline Penafort. "Aqui os artistas conseguem sentir essa liberdade que normalmente na sociedade não é permitido. Eles podem mostrar o que tem dentro deles, podem criticar, mostrar o que é belo. Esse é um momento de total liberdade", destacou.

O performer Gabriel Luz fez uma crítica por meio de sua performance para falar do lixo nessas eleições.  "O lixo desse último contexto político que vivemos  serve para falar sobre essa relação de cuidado com nossa cidade. O lixo é responsabilidade coletiva e esse momento do auto é importante para fazer essa crítica", afirmou.

O cortejo seguiu pelas ruas Dr. Assis, rua Padre Champagnat /Largo da Sé, rua Tomázia Perdigão até a praça D. Pedro II em frente aos Palácios Lauro Sodré e Antônio Lemos, onde houve a apoteose e encerramento.

Por Sandy Brito.

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