Assassinato da menina Beatriz completa 3 anos sem solução

Familiares organizam um ato no Recife na próxima quarta-feira (12) para cobrar respostas

seg, 10/12/2018 - 11:18
Reprodução/Facebook Corpo de Beatriz foi encontrado com mais de 40 perfurações em um sala de material esportivo da escola Reprodução/Facebook

Nesta segunda-feira (10) são completados três anos do assassinato da menina Beatriz Mota durante festa de formatura em uma escola de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O crime que chocou a região segue sem solução. Na próxima quarta-feira (12), uma comitiva com familiares e amigos está marcada para vir ao Recife cobrar avanços no caso.

Beatriz foi assassinada com mais de 40 facadas. A garota desapareceu no dia 10 de dezembro de 2015 após ir ao bebedouro do Colégio Auxiliadora. O corpo foi encontrado pouco depois em uma sala de material esportivo desativada.

Desde então, quatro delegados já assumiram a investigação sem que fosse encontrado o autor do crime. Atualmente, a delegada Polyana Neri está exclusivamente na investigação do caso. Segundo a Polícia Civil, ela conta com apoio de quatro policiais e tem a estrutura necessária para desenvolver os trabalhos.

Ao longo dos anos, a polícia identificou dois perfis de DNA masculino, na faca e na unha da menina; divulgou um retrato falado de um suspeito de cometer o crime; apontou cinco pessoas como participantes do crime, que seriam funcionárias do colégio; e divulgou imagens e vídeos do homem que teria cometido o crime. Em coletiva de imprensa, Gleide Ângelo, na época à frente das investigações, garantiu que o homem apresentado nas imagens era o autor do crime. Mesmo com as imagens e recompensa, não se chegou ao assassino.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que, durante este ano, foram escutadas 50 pessoas que ainda não haviam sido ouvidas. Outras 30 testemunhas prestaram novos depoimentos. Um pedido de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão foram solicitados à Justiça relativos a uma pessoa suspeita de ter atrapalhado o andamento das investigações. O pedido de prisão foi negado, mas o de busca e apreensão foi cumprido. Houve apreensão de celulares, computadores, pen-drives e HDs. Segundo informações, a pessoa do mandado de prisão seria um funcionário da escola que teria apagado imagens das câmeras.

Os materiais apreendidos estão passando por perícias do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e também do Instituto de Criminalística (IC). O inquérito do caso conta com 19 volumes e mais de quatro mil páginas. “A família da vítima terá acesso a todo material”, diz a nota. O MPPE, que tem um grupo investigando o crime, foi procurado, mas não respondeu até a publicação da matéria.

Lucinha Mota, mãe de Beatriz, anunciou recentemente que vai transferir o corpo de sua filha de Lagoa de Pedra em Maniçoba para um memorial em Petrolina.  “Desde o ocorrido nunca fomos até o cemitério da Lagoa da Pedra em Maniçoba. Nunca tivemos forças. E BEATRIZ está lá num local sem nem identificação. E nós realmente estávamos pensando em fazer uma lápide com relicário e local para flores e velas. Pedimos a Deus que nos desse uma oportunidade de homenagear BEATRIZ da forma que ela verdadeiramente merece. E Ele nos ouviu e respondeu de forma ainda maior. Nossa princesa terá lugar de destaque no Memorial. Com a possibilidade de as pessoas deixarem mensagens virtuais e obter informações sobre a sua vida, nossa luta por justiça e ainda contribuir para a elucidação desse crime”, escreveu a mulher.

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