Mesmo sem base técnica, ministro indica banho nas praias

Marcelo Álvaro afirma que, mesmo depois de atingidas por óleo, as praias que tiverem as manchas removidas podem ser usada pelos banhistas tranquilamente

por Jameson Ramos sex, 25/10/2019 - 17:32
Arthur Souza/LeiaJá Imagens Estudiosos dizem o contrário. A preocupação é o que os resquícios do óleo pode causar nas pessoas Arthur Souza/LeiaJá Imagens

Depois de visitar a praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, Região Metropolitana do Recife, o Ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio afirma que as praias atingidas pelo óleo e que já foram limpas estão “aptas para o banho”. No entanto, o ministro não tem nenhum embasamento técnico para tal afirmação e aponta que soube pelo Ministério da Saúde, que não repassou nada referente para a imprensa. 

“Existem hoje praias que já estão limpas e com total condição de receber os turistas e os banhistas. Mesmo as praias que já foram impactadas e já foram limpas, existe sim a possibilidade do turismo”, assegura Álvaro.

A afirmação do ministro vai de encontro ao que está sendo indicado por diversos biólogos. Os estudiosos apontam que o banho só deve ser liberado nos locais que já foram atingidos pelo óleo depois de uma análise da água. Até esta sexta-feira (25), 10 cidades pernambucanas já foram atingidas. Em todo o Nordeste já foram retirados mais de 958 toneladas do petróleo. 

Na última quarta-feira (23), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou inquérito civil requisitando uma série de medidas do Governo de Pernambuco e do município do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, acerca do combate ao óleo que atinge o litoral. À Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), o MPPE requisitou a avaliação da balneabilidade, ou seja, condições para banho e atividades esportivas, das áreas de praia do Cabo de Santo Agostinho. Caso haja necessidade, as praias deverão ser interditadas. Foi fixado um prazo de cinco dias para o órgão prestar informações ao ministério público.

O ministro aponta ainda que menos de 10% das praias de Pernambuco foram impactadas pelo óleo. O Secretário de Turismo de Pernambuco Ricardo Novaes diz que Álvaro está equivocado e que os 10% se refere a extensão atingida de Porto de Galinhas.

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