Campanha amplia combate ao sarampo no Pará

Com 89 casos confirmados em Belém no ano passado, autoridades de saúde investem em cobertura vacinal e trabalham contra a desinformação e as fake news

por Brenna Pardal qui, 20/02/2020 - 17:10
Arquivo pessoal Infectologista Tânia Chaves: notícias falsas só disseminam o pânico Arquivo pessoal

A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que em 2019 foram registrados 89 casos confirmados de sarampo, doença que já tinha sido erradicada no Brasil. A dengue, outra doença infecciosa que preocupa as autoriodades de sáude, teve 103 casos confirmados.

Para a médica infectologista Tânia Chaves, a vacinação é o melhor remédio contra o sarampo. “Estamos em plena campanha de vacinação para pessoas na faixa etária entre 3 e 29 anos, com o objetivo de atualização do calendário vacinal”, lembra Tânia.

Segundo a médica, existem vários fatores que contribuem para a epidemia de sarampo. Um deles é a facilidade das viagens, da circulação de pessoas. “Este vírus tem uma das maiores taxas de ataque (capacidade de transmissibilidade) e de conferir formas graves”, explicou a infectologista. Ela ressaltou que o outro fator determinante para o reaparecimento do sarampo são as baixas taxas de cobertura vacinal no mundo todo.

A dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus, que são vírus transmitidos por picadas de insetos. O transmissor é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar.

Os principais sintomas são febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Segundo a infectologista Tânia, todos os tipos virais de dengue, como 1, 2, 3, 4, podem evoluir para formas graves e complicadas, incluindo as hemorrágicas.

“Para as doenças virais respiratórias, para as quais ainda não há vacinas, todos  devem praticar a etiqueta respiratória: cobrir a face ao espirrar ou tossir, com lenço de papel e descartá-lo, ou cobrir com o cotovelo. Não levar as mãos aos olhos, boca e nariz. Higienizar as mãos com água e sabão por 20 segundos, cada vez que for ao banheiro, antes de se alimentar e ao tossir e espirrar. Usar álcool em gel 70%. Evitar viajar doente, evitar o contato com pessoas doentes”, explicou Tânia.

Covid-19

Segundo o Ministério da Saúde, o Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, apresenta-se com o quadro de infecções respiratórias. O novo agente do Covid-19 (SARS-CoV-2) foi identificado pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, na China, em pessoas expostas em um mercado de frutos do mar e de animais vivos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, o surto como sendo uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). No Brasil ainda não foi registrado nenhum caso.

Segundo a médica infectologista Tânia Chaves, o fato da Organização Mundial de Saúde ter declarado o COVID-19 como uma Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional já é o suficiente para o mundo inteiro estar em alerta e os países se prepararem para conter a entrada do vírus em seus países.

A médica disse ainda que todos têm o importante papel de não compartilhar as fake news sobre a nova doença, ou qualquer outro tema. “Na era digital sejamos mais espertos que os disseminadores de notícias falsas. Elas só disseminam o pânico. Procure ler informações nas fontes oficiais das autoridades de saúde pública no país e no mundo, como a Organização Mundial de Saúde, e páginas oficiais das sociedades científicas de infectologia, SBI, por exemplo”, finalizou.

 

 

 

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