Entregadores de app organizam paralisação nacional

Os manifestantes cobram melhores condições de trabalho e criticam a queda na remuneração nos últimos meses

ter, 23/06/2020 - 12:35
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Manifestação está marcada para 1º de julho Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

Entregadores de aplicativos de delivery organizam uma paralisação para o próximo 1º de julho. O objetivo é parar as entregas em boa parte do país, atingindo principalmente as empresas iFood, Rappi e Uber Eats.

Os manifestantes cobram melhores condições de trabalho e criticam a queda na remuneração nos últimos meses. Eles pedem um aumento nos valores mínimos para corridas, mais transparência sobre os pagamentos, mais segurança, fim do sistema de pontuação, desligamentos indevidos, entre outras medidas.

O movimento mais organizado teria começado em São Paulo, mas ganha força em estados como Pernambuco e Minas Gerais. O grupo Entregadores Antifascistas tem participado de manifestações contra o governo de Jair Bolsonaro. Sobre a paralisação de 1º de julho, os Entregadores Antifascistas pedem que a população não solicite comida nos aplicativos na data e avaliem os apps com notas baixas nas lojas digitais, deixando comentários de apoio ao protesto.

Pesquisadores da Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista (Remir Trabalho) ouviram 252 trabalhadores da categoria em 26 cidades entre 13 e 20 de abril. Do total, 60,3% disse ter sentido queda na remuneração comparando o período da pandemia com o momento anterior. Ainda 27,6% afirmou que os ganhos se mantiveram e 10,3% apontou estar ganhando mais. 

As empresas negam falta de transparência e queda de remuneração. Destacam que mais pessoas começaram a trabalhar no setor por causa da pandemia, o que aumentou a concorrência. "Todos os ganhos estão disponibilizados de forma transparente para entregadores parceiros, no próprio aplicativo. Não houve nenhuma diminuição nos valores pagos por entrega, que seguem sendo determinados por uma série de fatores, como a hora do pedido e distância a ser percorrida", salientou a Uber Eats. O iFood argumentou que não houve alteração nos valores de entrega, que estabeleceu R$ 5 como valor mínimo para qualquer corrida e que "em maio, 51% dos entregadores receberam R$ 19 ou mais por hora trabalhada. Esse valor é quatro vezes maior do que o pago por hora tendo como base o salário mínimo vigente no país."

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