Ato simbólico presta apoio à criança e médicos do CISAM

Na manhã desta terça-feira (18), balões e cartazes foram colocados em frente ao hospital onde a menina, de 10 anos, realizou um aborto autorizado

por Victor Gouveia ter, 18/08/2020 - 09:49
Cortesia A manifestação foi organizada pelo mesmo grupo que se opôs aos conservadores que tentaram impedir o procedimento Cortesia

Na manhã desta terça-feira (18), o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM), na Zona Norte do Recife, foi tomado por balões e cartazes em solidariedade à criança, de 10 anos, que foi autorizada a realizar um aborto na unidade após ser estuprada pelo tio. Além da menina, o ato simbólico presta apoio à equipe médica responsável pelo procedimento.

A diretora da União Brasileira de Mulheres no Recife, Laleska dos Santos, explica que o ato em frente ao hospital tem a "perspectiva de solidariedade e acolhida, tanto à criança que passou por todo esse processo trágico, quanto aos profissionais de saúde que foram hostilizados". O grupo levou uma cesta de chocolate para presentear a menina e uma carta reforçando o compromisso com a equipe médica.

A manifestação reuniu poucas mulheres para cumprir as recomendações sanitárias da Covid-19. "No nosso país, infelizmente a gente tem um índice altíssimo de estupro e abuso na infância, e boa parte desses casos acontece no meio domiciliar [...] a gente tem mania de culpar sempre as vítimas", pontuou a diretora.

O mesmo grupo foi responsável pela oposição aos religiosos e políticos, que foram ao hospital para impedir o procedimento, nesse domingo (16).  Mesmo autorizada pela Justiça, os fundamentalistas fizeram uma roda de oração e chamaram a menina de "assassina", em uma estratégia para tentar constranger os médicos envolvidos na intervenção.

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