Especialistas apontam caminhos de luta contra o suicídio

Campanha Setembro Amarelo alerta para os casos extremos que resultam, muitas vezes, de ansiedade, depressão e falta de acolhimento

qua, 30/09/2020 - 11:24

Segundo a Oganização Pan-Americana da Saúde (Opas), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio anualmente. As principais causas são depressão e abuso de substâncias. Pensando nessa realidade, foi criado o Setembro Amarelo, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. 

No Brasil, são registrados 12 mil suicídios por ano, muitos cometidos por jovens. Diante dessa realidade, o Centro de Valorização da Vida (CVV) apoiou o Setembro Amarelo com o objetivo de combater esses números crescentes.

O psisquiatra Dirceu Rigoni ressalta a importância do Setembro Amarelo, principalmente entre o público jovem. "A psiquiatria ainda é vista com certo preconceito, o que dificulta impedir muitos casos. Para os profissionais e para os pacientes, essa época é benéfica para divulgar os fatores de risco dos transtornos mentais numa tentativa de acabar com o preconceito que só atrapalha e impede a luta contra possíveis causas. Daí a necessidade de quebrar o preconceito e falar sobre o assunto, fazendo com que os pacientes busquem ajuda antes que o pior aconteça", afirmou o psiquiatra.

O psicólogo Pedro Cristo ressalta que, antes de a pessoa se suicidar, ela mostra alguns sinais que podem ser percebidos pelos parentes e amigos. Esses indicadores são fundamentais para evitar muitos casos, especialmente durante a adolescência. "A gente parte do princípio de que as pessoas suicidas estão em profundo sofrimento. Podemos observar mudanças significativas na vida da pessoa. Pessoas que passam a se isolar, pessoas chorosas, uma certa insastifação com a vida e sentimento de fracasso. O suicídio nunca é um ato isolado. É um processo. Uma pessoa que pensa em tirar sua própria vida precisa de ajuda e apoio. Julgar apenas pioraria as coisas", afirmou o psicólogo.

Atividades físicas também podem ajudar no combate ao suicído e na qualidade de vida, criando a possibilidade de não só ajudar na saúde física como na mental, o que ajuda na socialização das pessoas que passam por episódios depressivos, é o que ressalta Ariane Mendes, profissional de educação física. "O exercício físico tem benefícios para a gente. Estudos mostram os aspectos positivos no tratamento da depressão, ansiedade, estresse e estado de humor. Mas não precisamos de muitas horas de treino. O exercício ajuda no tratamento de pessoas depressivas, liberando hormônios que proporcionam bem-estar e prazer, ajuda no tratamento contra a ansiedade, além de aumentar a energia física e mental. O tipo de exercício influencia o fluxo de preocupação na cabeça do aluno. O estresse faz parte da rotina de todos nós e quando nos exercitamos liberamos diversos hormônios tratando tudo isso", destacou a educadora.

O CVV - Centro de Valorização da Vida é uma organização não governamental que realiza apoio emocional contra o suicídio. O atendimento é gratuito, pelo telefone 188 ou pelo site www.cvv.org.br.

Por Lucas Rodrigues e Suellen Cristo.

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