Poluição contribuiu para morte de menina em Londres
A criança faleceu em 15 de fevereiro de 2013, vítima de uma grave crise de asma depois de quase três anos de ataques repetidos e mais de 30 internações relacionadas com a doença
A justiça britânica reconheceu pela primeira vez nesta quarta-feira (16) o papel da poluição atmosférica em uma morte, de uma menina de nove anos que morava perto de uma rodovia movimentada e faleceu em 2013 em Londres.
"Minha conclusão é que a contaminação atmosférica contribuiu materialmente para a morte de Ella Adoo-Kissi-Debrah", anunciou o legista assistente do distrito de Southwark em Londres, Philip Barlow, após duas semanas de audiências do caso.
A criança faleceu em 15 de fevereiro de 2013, vítima de uma grave crise de asma depois de quase três anos de ataques repetidos e mais de 30 internações relacionadas com a doença.
Ela morava com a família a menos de 30 metros da South Circular, uma rodovia muito movimentada e frequentemente congestionada do sul de Londres.
Uma investigação inicial realizada em 2014 determinou que ela morreu por insuficiência respiratória aguda causada por asma severa.
Mas em 2018 o professor Stephen Holgate, especialista britânico em poluição atmosférica, apontou um "vínculo evidente" entre as internações da menina em serviços de emergência e os picos registrados de dióxido de nitrogênio (NO2) e de partículas em suspensão, os poluentes mais prejudiciais.
No início da segunda investigação judicial, no fim de novembro, o advogado da família, Richard Hermer, acusou as autoridades locais de demorar a adotar medidas contra o forte aumento da poluição do ar na região.