Consórcio oferece "horário social" para aumentar passagens
No Grande Recife, fora do horário de pico os passageiros teriam um desconto de 10 centavos. Nos demais horários, o Anel A passaria a custar R$ 3,75 e o Anel B R$ 5,10
O Consórcio Grande Recife divulgou nesta quarta-feira (20), que está discutindo sobre o aumento da passagem, mas também estuda um "horário social", onde a tarifa passe a ser mais barata - fora do horário de pico, passando dos atuais R$ 3,45 para R$ 3,35 no anel A, e de R$ 4,70 para 4,60 no Anel B.
Esse desconto se aplicaria exclusivamente nos dias úteis e através do uso do VEM COMUM.
Esses valores seriam cobrados das 9h às 11h pela manhã e 13h30 às 15h30 na parte da tarde. Já nos demais horários, o anel A passaria a custar R$ 3,75 e o anel B R$ 5,10, refletindo percentuais de acréscimo de 8,7% e 8,5%.
O Consórcio declara que esses valores são menores do que a inflação acumulada de 2019 e 2020, que foi de 9%. "Os estudos foram realizados nos últimos dias para assegurar uma proposta que mantenha a sustentabilidade do sistema e proporcione uma melhor oferta de serviços aos usuários", assegura o Grande Recife.
Esse aumento 'oferecido' pelo Consórcio é menor do que o que está sendo pedido pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), que quer aumentar a tarifa do Anel A de R$ 3,45 para R$ 4,00. Esse valor representa um acréscimo de 16%.
A mesma explicação dada pela Urbana para justificar a "necessidade" do aumento foi dada pelo Consórcio Grande Recife. Segundo eles, desde o início da pandemia que o Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) vem sofrendo com a redução sistemática de demanda. "A partir dos esforços do Governo do Estado, a oferta de serviços vem sendo sempre proporcionalmente maior, pelo menos 10% a mais que a demanda", garantem.
O Grande Recife assegura que, com a revisão tarifária, seria viabilizado uma ampliação da oferta dos coletivos em mais 115 veículos. Vale lembrar que a maior parte desses ônibus foram retirados de circulação no início da pandemia, com o lockdown do Governo de Pernambuco.
No entanto, mesmo com a retomada de todos os setores, que devem seguir os protocolos exigidos, a oferta de coletivos não voltou aos números anteriores. Muito pelo contrário, o que mais se vê são ônibus lotados e as empresas fazendo cortes, como por exemplo demitindo cobradores e exigindo que os motoristas acumulem funções.
Mas o Consórcio garante que com a manutenção dos esforços fiscais do Governo de Pernambuco, através de políticas de subsídios, esse aumento de ofertas dos ônibus seria superior a 200 veículos nos próximos meses rodando em toda a Região Metropolitana do Recife.
Esses estudos elaborados pelo Consórcio deverão ser submetidos ao Conselho Superior de Transportes Metropolitano no dia 5 de fevereiro.