Goma acorda vazia diante da ameaça do vulcão Nyiragongo

Ao contrário dos últimos quatro dias, a noite foi tranquila ao pé do vulcão, com tremores em menor número e intensidade

sex, 28/05/2021 - 07:13
Guerchom Ndebo Habitantes de Goma, na RD Congo, se registram em 26 de maio para receber ajuda alimentar Guerchom Ndebo

A cidade de Goma, na região leste da República democrática do Congo (RDC), estava praticamente vazia nesta sexta-feira (28), um dia após a evacuação "preventiva" ordenada pelas autoridades ante o temor de uma nova erupção do vulcão Nyiragongo.

Ao contrário dos últimos quatro dias, a noite foi tranquila ao pé do vulcão, com tremores em menor número e intensidade.

A cidade estava praticamente deserta, sem mobilização militar ou policial. As lojas estavam fechadas e poucas pessoas estavam nas ruas.

Na quinta-feira, dezenas de milhares de pessoas fugiram de Goma, capital da província de Kivu-Norte dominada após uma ordem de evacuação "preventiva" e "obrigatória" ante os riscos de uma nova erupção do Nyiragongo.

As autoridades alertaram para a "presença de magma sob a área urbana de Goma, que se estendia sob o lago Kivu", o que provoca a possibilidade "de uma erupção em terra ou sob o lago sem nenhum sinal precursor".

O governo afirmou que deseja "preservar as pessoas que moram no percurso de possíveis rios de lava" e já advertiu que o retorno para as casas "acontecerá apenas quando a ameaça for totalmente descartada".

Na quinta-feira, um grupo de cientistas seguiu para o topo do vulcão para avaliar os riscos de nova erupção, além de "observar e extrair dados atuais, que permitirão ao governo tomar decisões futuras", declarou o porta-voz do governo, Patrick Muyaya.

A cidade de Goma tem mais de 600.000 habitantes e a aglomeração urbana soma dois milhões, segundo a administração.

De acordo com as autoridades, 32 pessoas morreram desde a erupção de sábado passado.

O vulcão Nyiragongo entrou em erupção repentinamente no dia 22 e provocou a primeira fuga de moradores.

A grande erupção anterior do Nyiragongo, em 17 de janeiro de 2002, matou pelo menos 100 pessoas.

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