Tópicos | Nyiragongo

A cidade de Goma, na região leste da República democrática do Congo (RDC), estava praticamente vazia nesta sexta-feira (28), um dia após a evacuação "preventiva" ordenada pelas autoridades ante o temor de uma nova erupção do vulcão Nyiragongo.

Ao contrário dos últimos quatro dias, a noite foi tranquila ao pé do vulcão, com tremores em menor número e intensidade.

A cidade estava praticamente deserta, sem mobilização militar ou policial. As lojas estavam fechadas e poucas pessoas estavam nas ruas.

Na quinta-feira, dezenas de milhares de pessoas fugiram de Goma, capital da província de Kivu-Norte dominada após uma ordem de evacuação "preventiva" e "obrigatória" ante os riscos de uma nova erupção do Nyiragongo.

As autoridades alertaram para a "presença de magma sob a área urbana de Goma, que se estendia sob o lago Kivu", o que provoca a possibilidade "de uma erupção em terra ou sob o lago sem nenhum sinal precursor".

O governo afirmou que deseja "preservar as pessoas que moram no percurso de possíveis rios de lava" e já advertiu que o retorno para as casas "acontecerá apenas quando a ameaça for totalmente descartada".

Na quinta-feira, um grupo de cientistas seguiu para o topo do vulcão para avaliar os riscos de nova erupção, além de "observar e extrair dados atuais, que permitirão ao governo tomar decisões futuras", declarou o porta-voz do governo, Patrick Muyaya.

A cidade de Goma tem mais de 600.000 habitantes e a aglomeração urbana soma dois milhões, segundo a administração.

De acordo com as autoridades, 32 pessoas morreram desde a erupção de sábado passado.

O vulcão Nyiragongo entrou em erupção repentinamente no dia 22 e provocou a primeira fuga de moradores.

A grande erupção anterior do Nyiragongo, em 17 de janeiro de 2002, matou pelo menos 100 pessoas.

Os violentos tremores de terra prosseguiam nesta terça-feira (25) em Goma, localizada ao pé do vulcão Nyiragongo, leste da República Democrática do Congo (RDC), onde a população, angustiada, teme uma nova erupção.

O balanço da inesperada erupção de sábado subiu para 32 mortes, segundo as autoridades locais. Sete vítimas faleceram asfixiadas por vapores tóxicos na segunda-feira, quando caminhavam sobre o fluxo de lava.

De acordo com uma avaliação conjunta, entre 900 e 2.500 casas foram destruídas pela lava, afirmou à AFP Raphaël Ténaud, subdiretor da delegação da Cruz Vermelha Internacional (CICV) em Goma. Isto significa que 5.000 pessoas estão desabrigadas.

Nesta terça-feira, assim como na véspera, os terremotos abalavam a região a cada 10 ou 20 minutos.

A violência dos tremores provocou o desabamento parcial de um edifício de três andares e pelo menos sete pessoas ficaram gravemente feridas, segundo a polícia local.

Além disso, uma rachadura de alguns centímetros de largura, mas várias centenas de metros de comprimento, fissurou o solo na zona oeste da cidade.

Posteriormente foi detectada outra rachadura de quase 100 metros de comprimento perto do aeroporto (nordeste da cidade), o que alimentou ainda mais a psicose coletiva.

"A situação é confusa na cidade, as pessoas duvidam. Alguns retornam, outros foram embora. O medo continua", resumiu um morador, angustiado.

Milhares de pessoas saíram da cidade após a a erupção do vulcão, mas parte dos moradores retornou na segunda-feira.

Quando o vulcão começou a expelir lava, dois rios foram formados e um deles atingiu os subúrbios de Goma, onde parou na manhã de domingo.

Muitas fachadas e paredes de casas apresentaram rachaduras desde então. "As paredes da minha casa têm fissuras", disse um morador preocupado.

"Todos estamos com medo de uma nova erupção", afirmou à AFP o diretor local de uma organização internacional.

- Escassez de água potável -

"Os tremores são muito fortes. Todos nós dormimos ao ar livre sob mosquiteiros, assim como vários vizinhos que temem o desabamento de suas casas. Apareceram rachaduras nas paredes do nosso escritório", acrescentou a fonte.

O RSM, organismo púbico responsável pela vigilância sísmica na vizinha Ruanda, registrou uma dezena de tremores com intensidade entre 2,6 e 3,3 na região nesta terça-feira, entre 8h00 e 10h00 locais (3h00 a 5h00 de Brasília).

Durante a noite aconteceu um tremor de 4,3 graus, com epicentro no lago Kivu, segundo o RSM.

O governo, que enviou uma delegação ministerial a Goma, reiterou os apelos de vigilância e pediu que a população respeite as recomendações das autoridades provinciais.

Estas consideram que as prioridades são monitorar o vulcão, manter a ordem na cidade e a ajuda humanitária aos desabrigados.

"O problema mais urgente é a água", afirmou um especialista, pois uma parte da cidade está privada de água potável depois que a lava provocou a destruição parcial de uma estação de tratamento.

Além disso, a estrada entre Goma e Butembo, importante eixo regional para o transporte de mercadorias, foi bloqueada em mais de um quilômetro.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando