Estudo mostra maior perigo de pegar Covid-19 em terminais

Novo estudo da Fiocruz Pernambuco aponta que os lugares com maior risco de contaminação da Covid-19 são os terminais de ônibus

por Jameson Ramos ter, 29/06/2021 - 16:33
Julio Gomes/LeiaJá Imagens/Arquivo Terminal Integrado de Passageiros Joana Bezerra Julio Gomes/LeiaJá Imagens/Arquivo

Um novo estudo da Fiocruz Pernambuco confirmou que os lugares com maior risco de contaminação da Covid-19 são os terminais de ônibus, seguido dos arredores dos hospitais. Para essa investigação, foram coletadas 400 amostras de superfícies muito tocadas por usuários do transporte público no Recife.

Leitores de biometria, catracas, corrimão de escadas e outras superfícies foram analisadas pela Fiocruz pernambucana. O órgão aponta que os lugares foram selecionados por atenderem a duas condições: grande fluxo e alta concentração de pessoas; e organizados em seis grupos: terminais de passageiros, unidades de saúde, parques públicos, mercados públicos, áreas de praia e centro de distribuição de alimentos. 

As amostras foram submetidas ao exame padrão ouro para detecção do novo coronavírus, o RT-qPCR. Do total de amostras obtidas, foi confirmada a presença do SARS-CoV-2 em 97 (24%). Quase metade delas foram recolhidas em terminais integrados de ônibus (47 amostras positivas ou 48,7%), onde as superfícies com maior índice de contaminação foram os terminais de autoatendimento e os corrimões. 

O pesquisador da Fiocruz PE e coordenador do estudo, Lindomar Pena, ressalta que não foi detectado vírus ativo nos exames. "Porém em algum momento ele esteve ativo naquele local, o que demonstra serem ambientes onde há mais gente infectada circulando", explica.

As áreas próximas às unidades de saúde ficaram em segundo lugar, com 26,8 % das amostras positivas. Seguidas dos parques públicos (14,4%), mercados públicos (4,1%), praias (4,1%) e outros lugares (2,2%). O vírus foi encontrado predominantemente em banheiros, terminais de autoatendimento, corrimões, playgrounds e equipamentos de ginástica ao ar livre. Além disso, o vírus foi encontrado com maior frequência em superfícies metálicas (46,3%) e plásticas (18,5%).

O doutorando em Biociências e Biotecnologia em Saúde (BBS) na Fiocruz PE e autor principal do artigo, Severino Jefferson Ribeiro, ressalta a importância dos achados da pesquisa. "Além desses resultados servirem como subsídio para as autoridades de saúde, este trabalho permitiu observar que a população não está seguindo rigorosamente as medidas voltadas para prevenir a transmissão do vírus", pontua.

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