Papa confirma viagem para Grécia e Chipre

Viagens estão programadas para ocorrer em dezembro

sex, 22/10/2021 - 12:41
ETTORE FERRARI (Arquivo) O papa Francisco durante audiência no Vaticano com refugiados vindos da ilha de Lesbos, na Grécia, em 19 de dezembro de 2019 ETTORE FERRARI

O papa Francisco confirmou que viajará em dezembro para a Grécia e Chipre, além de sua viagem na Oceania em 2022, e pediu para combater as "assimetrias" para poder sair da pandemia, em uma entrevista à agência argentina de notícias Télam.

"No primeiro fim de semana de dezembro vou para a Grécia e Chipre", anunciou Francisco, que espera que a viagem inclua uma visita à ilha grega de Lesbos, símbolo dos refugiados.

Durante a entrevista com o correspondente da Télam, Hernán Reyes, à qual a AFP teve acesso nesta sexta-feira (22), o papa argentino, que completará 85 anos em dezembro, revelou que em 2022 planeja viajar também para África e Europa, além de realizar a primeira visita como pontífice na Oceania.

"No momento, tenho na cabeça duas viagens que ainda não fiz, para o Congo e a Hungria", acrescentou.

O papa viajante, que em 2020 teve que suspender as visitas devido à pandemia de coronavírus, não falou com seu compatriota sobre eventuais viagens à América Latina, particularmente à sua natal Argentina, país que não está na sua lista.

Durante a entrevista, realizada na Casa Santa Marta - a residência dos padres dentro do Vaticano, onde ele mora - o pontífice falou também da cúpula dos líderes das maiores economias do mundo, o G20, que será celebrada no final de outubro em Roma.

"A cúpula do G20 em Roma deve considerar seriamente a relação entre os países subdesenvolvidos e os desenvolvidos", pediu o pontífice.

"Isso é fundamental. O final da pandemia tem que ser de forma criativa. Ninguém sai igual de uma crise, você sai melhor ou pior. E esse final da pandemia tem que ser para o melhor. Caso contrário, vamos regredir", alertou.

"Não é possível sair desta crise em que estamos sem evoluir para as periferias", acrescentou.

"A pandemia é um desafio para a mudança, é uma crise que nos leva a mudar. Se não, saímos pior, mesmo que não percebamos", lamentou.

"A abertura do pós-pandemia deve acontecer principalmente evidenciando as assimetrias no acesso à saúde" e os países devem considerar "o que fazer com essas assimetrias", destacou.

A propósito da mudança climática, tema atual devido à cúpula crucial sobre o clima COP26 que acontecerá em Glasgow, Escócia, de 1 a 12 de novembro, o papa reiterou seu lema: que "passem das palavras para a prática".

"É hora de começarmos a fazer coisas e que os resultados sejam vistos", disse.

Porque "a fraternidade universal não é um tango, é uma realidade", resumiu com sua linguagem habitual.

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