'UE deve enfrentar Rússia', diz filha de Navalny

Alexei Navalny está detido desde o início do ano. Ele esteve à beira da morte, após ter sido envenenado em agosto de 2020

qua, 15/12/2021 - 13:01
Julien WARNAND Daria Navalnaya (à esq.), filha de Alexei Navalny, após entrega do Prêmio Sakharov, com o presidentge do Parlamento europeu, David Sassoli (c), e o chefe da equipe do opositor russo, Leonid Volkov, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em 15 dez. 2021 Julien WARNAND

Os europeus devem parar de "se acomodar" a Vladimir Putin em favor de um suposto "pragmatismo" e se opor, mais frontalmente, aos seus ataques aos direitos humanos - disse Daria Navalnaya, filha do opositor russo Alexei Navalny, ao receber o Prêmio Sakharov nesta quarta-feira (15), em nome de seu pai.

A distinção é entregue pelo Parlamento Europeu.

"A pacificação de ditadores e tiranos nunca funciona", disse a estudante de 20 anos, que se apresentou junto a uma cadeira vazia nesta Casa na cidade francesa de Estrasburgo, simbolizando seu pai preso.

"Anos cortejando Putin fizeram-no entender que, para aumentar sua popularidade, também pode desencadear uma guerra", lançou a jovem, aplaudida pelos eurodeputados.

Navalny está detido desde o início do ano. Ele esteve à beira da morte, após ter sido envenenado em agosto de 2020, e é objeto de uma nova investigação criminal por "extremismo".

Em outubro, foi agraciado com o Prêmio Sakharov 2021 pela defesa da liberdade de consciência. Segundo o Parlamento europeu, Navalny foi reconhecido por sua luta "implacável" em favor da democracia e contra a corrupção em seu país.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, reiterou o pedido da instituição da "libertação imediata e incondicional" do opositor do Kremlin.

"Sob o argumento do pragmatismo, há cinismo, hipocrisia e corrupção", criticou Daria Navalnaya, atacando "o desejo de apaziguar mais e mais o ditador, não irritá-lo e ignorar seus crimes o máximo possível".

Lançado em 1998 e dotado de 50.000 euros (US$ 58.000), o Prêmio Sakharov recompensa, todos os anos, indivíduos ou organizações de defensa dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.

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