Acusado de atentado diz que 'desistiu' de se explodir

Salah Abdeslam disse que desistiu, mas não foi por medo

qua, 30/03/2022 - 12:47
Benoit PEYRUCQ Esboço do tribunal mostrando o principal acusado no julgamento de 13 de novembro Salah Abdeslam no tribunal do tribunal especial em Paris, 9 de fevereiro de 2022 Benoit PEYRUCQ

Salah Abdeslam, o principal acusado no julgamento sobre os atentados jihadistas que mataram 130 pessoas em 13 de novembro de 2015 em Paris, quebrou seu silêncio nesta quarta-feira (30) para reafirmar que "desistiu" de usar seu cinto de explosivos nessa noite.

"Não segui adiante, desisti do meu cinto, não por covardia, não por medo, e sim porque não quis, isso é tudo", disse Abdeslam em resposta a uma advogada da parte civil, Claire Josserand-Schmidt.

O único membro sobrevivente dos comandos jihadistas estava há quase duas horas em silêncio diante das perguntas do tribunal, da Promotoria e dos primeiros advogados da parte civil, quando decidiu dar algumas respostas.

A advogada o questionou sobre suas declarações anteriores, quando sugeriu em fevereiro que havia "voltado atrás" e que desistiu de detonar seu cinto de explosivos na noite de 13 de novembro.

Algo que agora foi confirmado por Abdeslam.

Claire Josserand-Schmidt o perguntou por que disse então aos seus familiares que o cinto não funcionou. "É uma mentira, então?" disse a advogada. "Sim, é isso", respondeu o acusado.

"Me envergonhava por não ter seguido adiante. Tinha medo de como os outros [jihadistas] iriam olhar para mim. Tinha 25 anos. Isso é tudo, é o fato de eu ter vergonha, apenas", disse francês de 32 anos, que depois voltou a ficar calado.

O julgamento começou em setembro e até agora já compareceram sobreviventes, parentes das vítimas e investigadores, seguidos dos interrogatórios dos acusados.

COMENTÁRIOS dos leitores