Pagamento de dívidas tem pior desempenho desde 2018

Levantamento foi divulgado pelo Serasa Experian

por Jameson Ramos sex, 06/05/2022 - 11:39
Pixabay Brasileiros estão com dificuldade para pagar as dívidas Pixabay

O Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian revelou que, em janeiro deste ano, apenas 41% das dívidas de consumidores inadimplentes foram pagas em até 60 dias a partir desse mês de referência. 

Apesar da desaceleração que já vinha acontecendo desde agosto de 2021, quando o indicador marcou 57,5%, esse foi o menor percentual de pagamento em toda a série histórica, iniciada em 2018. 

A análise por setor mostrou que os Bancos e Cartões continuam com o melhor nível de recuperação de crédito (48,0%), enquanto os segmentos de Securitizadoras e Telefonia têm os menores percentuais de dívidas negativadas pagas, com 2,7% e 8,9%, respectivamente.

De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a situação econômica do país torna o cenário de quitação de dívidas desafiador para os consumidores. Ele aponta que, no início deste ano, a população já precisava lidar com o encarecimento de itens básicos devido a alta da inflação.

"Muitas pessoas, principalmente de rendas menores, buscaram as linhas de crédito como uma forma de suprir suas necessidades e fechar as contas no final do mês. No entanto, também pelo aumento da taxa Selic, ficou mais complexo se apoiar no crédito e não se endividar. Dessa forma, se os consumidores brasileiros já encontram dificuldades para não caírem na inadimplência, quitar dívidas atrasadas e limpar o próprio nome ficou ainda mais complicado”, finaliza.

Ainda em janeiro deste ano, o indicador também destaca a idade das dívidas e mostra um padrão, pois aquelas contraídas mais recentemente tendem a ser mais recuperadas, enquanto as que possuem mais tempo de existência têm o percentual de quitação menor. 

Quando analisados os compromissos vencidos há 30 dias, o percentual de recuperação foi de 59,1%. de 30 a 60 dias, 42,9%; de 60 a 90 dias, 26,2%; de 90 a 180 dias, 16,4%; entre 180 dias e o primeiro ano, 14,5% e 5,7% entre um e mais anos.

*Com informações da assessoria

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