Proibido no Brasil, vaporizador pode ser mais perigoso

Neste Dia Mundial Sem Tabaco, o alerta à saúde se estende aos usuários do cigarro eletrônico

ter, 31/05/2022 - 08:35
Freepik Homem consome vaporizador Freepik

 Na moda entre os jovens, o cigarro eletrônico pode ser um vilão ainda maior do que se imagina. Comercializado em uma variedade de sabores e associado a teores baixos de nicotina, o vaporizador carrega substâncias que fogem do controle da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Sua produção e venda foi proibida no Brasil em 2009, após usuários desenvolverem quadros graves em pouco tempo de uso nos Estados Unidos. 

Esta terça-feira (31) marca o Dia Mundial Sem Tabaco e reforça os riscos à saúde do hábito de fumar. Considerado um transtorno mental e comportamental, o tabagismo deixa fumantes regulares suscetíveis a cerca de 50 doenças com alto potencial de mortalidade.  

No Brasil, a diferença do que é arrecadado pela indústria do cigarro e os gastos com serviços de saúde para tratar o público deixa um prejuízo anual na casa dos R$ 40 milhões. 

"O cigarro eletrônico é muito mais perigoso porque toda sua composição não é claramente estabelecida. Hoje, a gente sabe que o cigarro tradicional tem, pelo menos, 4.700 substâncias, [mas] quais são as substâncias que existem no cigarro eletrônico? Isso pode ser altamente variável", apontou o pneumologista Guilherme Costa. 

O médico é um dos autores de um estudo recente em uma universidade particular no Recife e identificou que, pelo menos, 38% dos alunos de graduação já experimentaram o cigarro eletrônico. Ele alertou aos consumidores e relacionou o uso do aparelho a quadros de insuficiência respiratória, que podem levar à internação em UTI e até à morte.  

"Minha recomendação para as pessoas é que, se elas pudessem, não provem e não experimentem, porque hoje já se sabe que o cigarro eletrônico tem a chance de até quatro vezes maior, comparado a quem não fuma, que essa pessoa venha se tornar um fumante. Então, sem dúvida nenhuma, o cigarro eletrônico vai funcionar como uma porta para você realmente chegar no cigarro tradicional", reforçou. 

O pneumologista acrescentou que o cigarro eletrônico não é um método seguro para quem queria parar de fumar. A recomendação é iniciar a terapia cognitiva e comportamental com a mudança de hábitos e com a reposição controlada de nicotina através da goma de mascar ou adesivos especiais. Dessa forma, o que costume de fumar deixa de ser automático e começa a ser percebido pelo paciente, que passa a controlar o uso.

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