Criação de clone de embrião humano nos EUA faz 21 anos

Segundo a companhia que capitaneou a experiência, o objetivo não era criar um ser humano clonado, mas obter células-tronco capazes de tratar doenças

por Camily Maciel ter, 25/10/2022 - 17:07
Pixabay/Sasin Tipchai Pixabay/Sasin Tipchai

Nesta terça-feira (25) completa 21 anos que a empresa norte-americana Advanced Cell Technology conseguiu desenvolver uma tecnologia para clonar embriões humanos. A empresa fez o anúncio na época sob protestos do Congresso dos Estados Unidos. Segundo a companhia, o objetivo não era criar um ser humano clonado, mas obter células-tronco, capazes de transformar em qualquer tecido humano para tratar doenças e trazer transplantes.  

Ao repetir a mesma base do processo utilizado para clonar a ovelha Dolly, em 1996, cientistas da ACT trabalharam secretamente em um laboratório no Estado de Massachusetts durante um ano, substituíndo com sucesso o DNA de um óvulo humano pelo DNA do núcleo de uma célula adulta de pele humana. Com o método, puderam ser criadas células para substituição de tecidos do coração, de neurônios e de células do sangue. Por essa razão, os embriões clonados puderem fornecer material para regenerar tecidos com problemas em órgãos como o fígado, pâncreas ou a medula óssea, sem problema de rejeição, afinal possuíam a mesma sequência de DNA do paciente.  

A célula de pele humana usada no experimento pertence ao cientista Judson Somerville, atualmente com 61 anos, que ficou paralítico depois de um acidente de bicicleta. Segundo a empresa, a paralisia pode ser curada com tratamentos médicos derivados da clonagem de embriões humanos. Além da estratégica escolha de uma célula de Somerville, uma repórter da revista “U.S. News & World Report”, foi autorizada a acompanhar toda a experiência, que durou mais de um ano, e ao publicar sua reportagem, simultaneamente o anúncio foi feito pela companhia.

A equipe da ACT, publicou uma descrição do experimento na revista científica “The Journal of Regenerative Medicine”, para ler a descrição, acesse http://www.liebertpub.com/ebi/default1.asp. Um artigo escrito pelos cientistas sobre o experimento também foi publicado na página da revista “Scientific American” na internet, para ler o artigo, acesse https://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/www.scientificamerican.com. 

CÉLULAS-TRONCO

Existem diversos tipos de células-tronco disponíveis para transplantes, mas elas podem ser rejeitadas pelos pacientes como corpo estranho. Com a clonagem, isso não ocorreria. O estudo preliminar dá conta de duas maneiras de produzir esse tipo de célula. O primeiro é chamado “partenogênese”, pela técnica, um óvulo da paciente é ativado sem a fecundação de um espermatozoide.

É formado, então, um embrião e as células-tronco são produzidas de acordo com o tecido necessário para o transplante. A outra técnica é chamada “transferência nuclear” em células somáticas, o que é a própria clonagem. Um óvulo humano é preparado com a remoção de seu DNA e com a implantação do DNA do paciente tem a ativação da célula e o desenvolvimento do embrião.  

 

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