Tempestade de inverno cancela voos natalinos nos EUA

Ao menos cinco estados implementaram planos de emergência e é provável que outros façam o mesmo

sex, 23/12/2022 - 08:46
Brendan Smialowski O presidente Joe Biden durante uma sessão informativa sobre as tempestades nos EUA, no Salão Oval da Casa Branca em Washington, em 22 de dezembro de 2022 Brendan Smialowski

Mais de 2.200 voos foram cancelados nos Estados Unidos nesta quinta-feira devido à tempestade de inverno Elliot, que atrapalhou os planos de viagem para o Natal com a ameaça de nevascas e fortes e ventos, além do frio intenso.

Ao menos cinco estados (Kentucky, Missouri, Oklahoma, Geórgia e Carolina do Norte) implementaram planos de emergência e é provável que outros façam o mesmo.

"Isto não é como um dia de neve quando você era criança", disse o presidente Joe Biden aos jornalistas, em uma reunião informativa na Casa Branca sobre a situação do clima e do transporte. "Isto é algo sério", acrescentou, pedindo que as pessoas fiquem atentas às advertências das autoridades locais.

Em algumas partes do país, atingidas por uma perigosa frente fria do Ártico, já havia registro de nevascas que impedem a visibilidade e tornam perigosas as condições nas estradas.

Além dos 2.200 voos cancelados até as 22h GMT, outros 6.900 foram adiados, segundo o rastreador FlightAware. A maioria dos cancelamentos ocorreu nos aeroportos de Chicago O'Hare ou Denver, ambos internacionais.

Meteorologistas da AccuWeather disseram que a tormenta poderia se transformar rapidamente no que se conhece como um "ciclone bomba", quando a pressão cai e uma massa de ar frio se choca com outra de ar quente.

O meteorologista do Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês) Michael Charnick publicou um vídeo no Twitter no qual é possível observar motoristas lutando contra o tempo ruim em uma estrada entre Colorado e Wyoming, onde a temperatura com ventos gelados despencou para -40°C.

O NWS emitiu mensagens de advertência no Twitter, afirmando que rajadas de neve já estavam ocorrendo ou eram esperadas das planícies centrais até a costas leste e nordeste do país.

"As pessoas expostas ao frio extremo estão suscetíveis ao congelamento em questão de minutos", advertiu o serviço de meteorologia. "As áreas mais propensas ao congelamento são a pele desprotegida e as extremidades, como mãos e pés. A hipotermia é outra ameaça durante o frio extremo".

O frio é tão intenso que permitiu às pessoas publicar vídeos fazendo o chamado "desafio da água fervendo", no qual água fervente é jogada no ar e congela imediatamente.

'Aconselha-se a NÃO VIAJAR' 

No Centro-Oeste, as condições de vento deixaram cerca de 100 motoristas ilhados em Rapid City e Wall, na Dakota do Sul, tuitou o escritório do xerife do condado de Pennington. "Aconselha-se NÃO VIAJAR", acrescentou.

Em Minneapolis e Saint Paul caíram mais de 20,3 centímetros de neve no espaço de 24 horas, informou o NWS em uma atualização na manhã de hoje.

Mais a leste, em Buffalo, Nova York, os meteorologistas disseram que se trata de uma "tempestade única em uma geração", com rajadas de vento de mais de 105 km/h, sensação térmica de entre 10 e 20 graus abaixo de zero e cortes de energia dispersos ou possivelmente generalizados.

Do outro lado da fronteira, o leste do Canadá se preparava para condições similares, com fortes nevascas e temperaturas em rápido declínio.

O aeroporto de Toronto, o mais movimentado do país, já sentia a crise do caos climático, com atrasos e cancelamentos.

Pico de movimento

A tempestade coincide com um boletim da Administração de Segurança no Transporte, que afirma que o volume de viagens para as festas de fim de ano estava próximo dos níveis anteriores ao pico da pandemia de covid-19, com maior movimento nesta quinta, três dias antes do Natal.

As companhias American Airlines, Southwest Airlines e United Airlines já haviam tomado medidas para emitir isenções e permitir aos passageiros mudar seus voos sem custos adicionais.

A Associação Automobilística Americana (AAA) estimou que mais de 112 milhões de pessoas farão deslocamentos superiores a 80 km entre sexta-feira e 2 de janeiro, a maioria deles em automóveis.

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