Menina afegã órfã reencontra sua família no Catar

Com quase dois anos de idade, a menina, a quem o orfanato batizou de Maryam — embora seu nome de nascimento seja Aliza — viu seu tio, Yaar Mohammad Niazi, e seus irmãos pela primeira vez

ter, 28/03/2023 - 10:34
KARIM JAAFAR Levada de Cabul depois que seus pais morreram em um atentado, a menina afegã Maryam (no centro, de verde) se reuniu pela primeira vez com seus familiares em um orfanato do Catar, em 27 de março de 2023 KARIM JAAFAR

Uma menina afegã, com apenas algumas semanas de vida quando foi levada de Cabul em 2021 após perder seus pais em um atentado, encontrou seus familiares em um orfanato no Catar.

Com quase dois anos de idade, a menina, a quem o orfanato batizou de Maryam — embora seu nome de nascimento seja Aliza — viu seu tio, Yaar Mohammad Niazi, e seus irmãos pela primeira vez.

"Não sabia se iríamos encontrá-la e agora estou tomado de emoção", diz Niazi, 40 anos, pai de outros quatro filhos.

"Quando a peguei nos braços, disse para mim mesmo: 'ela está viva'", contou.

Este homem procurava sua sobrinha desde o final de agosto de 2021, quando ela foi retirada de avião de Cabul, logo depois que os talibãs assumiram o controle da cidade.

Seus pais, que haviam fugido para o aeroporto com seus quatro filhos, morreram em 26 de agosto, em um atentado letal reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI). O ataque deixou 183 mortos.

Em meio ao massacre, um jovem pegou nos braços esse bebê, de poucas semanas, e embarcou-o em um avião militar que transportava expatriados e afegãos para Doha, disse à AFP uma autoridade do Catar que pediu para não ser identificada.

A menina — parte dos 200 menores afegãos levados de avião sem seus pais, ou familiares — foi acolhida no orfanato Dreama, em Doha. Seu irmão e suas duas irmãs ficaram no Afeganistão.

Seis semanas após o ataque, a ONU encontrou a pista.

“Entraram em contato conosco para fazer testes de DNA” na menina, acrescentou o mesmo funcionário do Catar.

Niazi também fez esses testes em Cabul, e os resultados coincidiram.

O tio teve de esperar meses para conseguir um passaporte e poder levar a família para o Catar. Desde então, instalado em Doha, Niazi espera conseguir um visto para morar com sua família nos Estados Unidos.

"Só queremos estar em segurança", desabafou.

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