Caso Aldeia: filho mais novo de Denirson pede por justiça

Médico foi morto em Aldeia, Região Metropolitana do Recife (RMR), em 2018. Esposa e filho mais velho da vítima são apontados como autores do crime

por Rachel Andrade seg, 23/10/2023 - 17:30
Rachel Andrade/LeiaJá Familiares da vítima realizam ato em frente ao Fórum de Camaragibe, onde será realizado o julgamento Rachel Andrade/LeiaJá

Familiares do médico cardiologista, Denirson Paes, que foi assassinado em maio de 2018, em sua residência, no bairro de Aldeia, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, estiveram presentes, nesta segunda-feira (23), no Fórum Agenor Ferreira de Lima, no centro da cidade, em um ato, para pedir por justiça no julgamento de Danilo Paes Rodrigues, filho mais velho da vítima, apontado como autor do crime. A perícia apontou que Denirson foi morto por esganadura, e seu corpo foi esquartejado e jogado dentro de uma cacimba, no terro da residência onde a família morava. 

No ato estiveram presentes a irmã da vítima, Cleonice Paes da Silva, o filho mais novo, Daniel Paes - irmão do acusado, e Cílio, filho da antiga empregada da família, dona Josefa, que é uma das testemunhas de defesa no julgamento. 

Segundo Cleonice, toda a família ainda passa por um processo de recuperação do choque causado pela morte violenta de Denirson. “Não vai acabar essa agonia, vai amenizar, e saber que se está fazendo justiça, a gente vai ficar mais aliviado”, afirmou. 

Sofrimento da família 

“Nossa família virou de cabeça para baixo. Desestruturou completamente. Minha mãe, quando amanhecia o dia, ela acordava cantando, fazendo as coisinhas dela e cantando. Meu pai, tocando a sanfona dele, tocando o teclado dele, em casa, na loja. Nós vivíamos uma vida normal. Eu fazia parte do coral da igreja, e acabou tudo, tudo”, desabafou Cleonice. 

O que diz o irmão do acusado 

Daniel Paes, filho mais novo do casal Denirson e Jussara, espera que o julgamento tenha um desfecho justo. “O mais importante é que a justiça seja feita e que sirva de exemplo, para que outras famílias não passem 10% do que eu [e a família estão] passando, por motivos fúteis”, declarou. 

Ele ainda comentou sobre o processo do luto pelo qual vem passando, há mais de cinco anos. “Eu estou aqui nem no meu nome, mas no nome do meu pai, para que ele seja ouvido, mesmo que ele não possa falar, mas por mim, ele está aqui sendo ouvido também”, disse. 

Para Daniel, o processo é doloroso, principalmente por ser um caso delicado, envolvendo seu próprio irmão. “É uma convicção tão grande, porque eu sou irmão dele. Eu que queria que ele fosse inocente, se tivesse o mínimo de indício que ele fosse inocente, eu estaria do seu lado”, comentou, por fim. 

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