Equipes resgatam trabalhadores presos em túnel há 17 dias

Os homens sobreviveram aos 17 dias graças a um pequeno conduto pelo qual é bombeado oxigênio e que também é usado para o envio de alimentos e água

ter, 28/11/2023 - 15:47
Reprodução Um dos 41 trabalhadores presos no túnel Silkyara fala com um ministro indiano Reprodução

Após uma verdadeira corrida contra o relógio e uma complexa operação, os 41 trabalhadores presos há 17 dias em um túnel que desabou no norte da Índia foram resgatados e recebidos com aplausos por seus familiares e autoridades indianas.

"Sinto-me totalmente aliviado e feliz com o sucesso do resgate dos 41 trabalhadores do túnel Silkyara", disse o ministro dos Transportes da Índia, Nitin Gadkari, em um comunicado.

O resultado foi obtido pelos "esforços coordenados de inúmeras agências, em uma das maiores operações de resgate dos últimos anos", acrescentou.

Ao serem retirados do túnel, os resgatados foram recebidos com guirlandas de flores e por representantes do governo, em meio aos aplausos da multidão, enquanto um grupo de ambulâncias os aguardava.

Os trabalhadores ficaram presos no dia 12 de novembro, após o desabamento de parte do túnel que estavam construindo no estado de Uttarakhand, no Himalaia.

Alguns de seus familiares, que aguardavam no local para vê-los após mais de duas semanas, confirmaram que os homens exaustos saíram do túnel por um tubo de aço de 57 metros de extensão, em macas com rodas.

Durante o dia, as equipes de resgate conseguiram colocar o último trecho de tubulação que permitiu a retirada dos 41 trabalhadores.

Em fotos compartilhadas pelas equipes de resgate nas redes sociais, foi possível ver homens sorrindo e fazendo sinais de vitória à medida que finalizavam a perfuração, através das toneladas de terra, concreto e entulho que bloqueavam os trabalhadores.

"Agradecemos a Deus e aos socorristas que trabalharam muito duro para salvá-los", declarou à AFP Naiyer Ahmad, irmão de um dos operários presos que ficou acampado no local por duas semanas.

Sudhansu Shah, que também permaneceu nesta localidade para esperar por seu irmão mais novo, Sonu Shah, contou que seus familiares já começaram a comemorar. "Estamos realmente esperançosos e felizes", relatou.

Depois de vários problemas, engenheiros militares e operários do setor de mineração passaram a cavar com as mãos para abrir caminho entre as rochas e os escombros até o túnel, revezando-se em equipes de três.

Enquanto um cavava, outro retirava os entulhos com as mãos e o terceiro colocava-os em uma carroça, explicou nesta terça-feira (28) Rajput Rai, especialista em perfuração, citado pela agência Press Trust of India.

- Danos sucessivos -

Desde o colapso do túnel, os trabalhos de resgate foram dificultados pela queda de escombros e pelas sucessivas avarias das máquinas de perfuração, cruciais para o resgate dos trabalhadores.

As equipes de resgate também começaram a cavar um poço vertical no topo do morro onde está localizado o túnel, uma operação complexa em uma área que já registrou um desabamento.

Os homens sobreviveram aos 17 dias graças a um pequeno conduto pelo qual é bombeado oxigênio e que também é usado para o envio de alimentos e água.

Uma câmera também foi introduzida no duto na semana passada, o que permitiu que as famílias observassem os trabalhadores dentro do túnel pela primeira vez desde o acidente.

O bilionário indiano Anand Mahindra prestou homenagem aos homens que subiram no estreito tubo de aço para continuar a remover sujeira e escombros manualmente.

"É um lembrete encorajador de que, no final das contas, o heroísmo consiste na maioria das vezes em esforço e sacrifício individual", escreveu ele na rede social X (antigo Twitter).

Os trabalhadores ficaram presos em uma área do túnel com 8,5 metros de altura e cerca de dois quilômetros de extensão.

O túnel Silkyara faz parte do projeto da rodovia Char Dham, do primeiro-ministro Narendra Modi, projetado para melhorar as conexões com quatro dos locais de culto hindu mais importantes do país, assim como com regiões que fazem fronteira com a China.

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