Medo de Serra é por falta de conhecimento, defende tucano

Para tucanos o fato de Eduardo Campos ser governador também influencia os resultados do IPMN

por Élida Maria ter, 29/10/2013 - 09:51
Líbia Florentino/LeiaJáImages/Arquivo Daniel Coelho acha ser natural Campos ter obtido bons resultados em Pernambuco Líbia Florentino/LeiaJáImages/Arquivo

A preferência em alguém que já governa o Estado e o não conhecimento foram as duas justificativas de tucanos sobre os resultados do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), divulgados nesta terça-feira (30). Os dados da amostra realizada em Pernambuco entre os dias 21 e 22 de outubro apresentaram que a maioria dos entrevistados tem medo que o ex-governador de São Paulo, José Serra (21%) ou o senador Aécio Neves (11%), sejam presidentes do Brasil.

Outro dado negativo para os representantes do PSDB foi ter aparecido sempre em último lugar nos vários cenários da pesquisa presidencial do IPMN ficando atrás de Lula, Eduardo Campos, Dilma e Marina. No entanto, os resultados não assustaram os tucanos. “A primeira avaliação é que está dentro de um cenário esperado de normalidade porque você tem aqui o candidato Eduardo Campos que é governador do Estado. Então, independentemente do partido, ele está na frente”, alegou o vereador da oposição, André Régis (PSDB).

Seguindo o mesmo raciocínio, Régis exemplificou a situação no contexto da atual presidente. “No caso de Dilma ela é presidente do Brasil e ganhou aqui nas últimas eleições devido à presença de Lula. Então, você tem dois candidatos com recal muito bom. Não é porque são do PSDB (Serra e Aécio), mas sim, porque tem candidatos muito fortes (PSB e PT). Esse fenômeno aconteceu em 2002 quando o candidato foi Ciro Gomes e o Ceará todo votou nele”, comentou.

O vereador da oposição relembrou também que a campanha ainda não começou e resumiu o resultado como identificação com o personagem, no caso do governador, e, independentemente de partidos. “Há uma tendência de crescimento de margem grande quando começar”, disse, acrescentando: “Não é a questão do PSDB. É a personificação do candidato. A ênfase é de atributos ao candidato. Se desse uma reviravolta e o governador fosse para o PSDB, esse cenário iria mudar”, avaliou.

Não diferente de André Régis, o líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Daniel Coelho (PSDB), também atribuiu o fato de o socialista ser de Pernambuco e a pesquisa ter sido realizada apenas no Estado. “É natural que em Pernambuco, caso se confirme a candidatura de Eduardo Campos, Aécio deve ocupar o espaço de que a maioria da população não conhece. Assim como em Minas Gerais Eduardo aparece com 1%, mas a disputa real será travada nos demais estados. Quando se tem um candidato local, dificilmente um candidato de fora se sobressai”, argumentou o parlamentar.

Medo de Serra – Além de avaliar os cenários das intenções de votos presidenciais, o IPMN questionou os entrevistados qual o candidato que se tem mais medo de governar o Brasil e os dados apontaram Serra e Aécio na ponta. “É uma pergunta que está sendo induzida na medida do processo de quem lidera. Eu não vejo a população neste sentido, eu não vejo isso sendo uma coisa que pode gerar medo. É lógico que se você tem poucos candidatos na disputa, à primeira pergunta vai condicionar à segunda. Então, não há medo, porque teria esse medo? É questão de preferência. Se eles estão na preferência, a questão do medo está associada à preferência”, defendeu André Régis.

Já para Daniel Coelho a insegurança da população está diretamente ligada ao novo por não conhecer a fundo nem Serra, nem Aécio. “O desconhecimento. Ele (Serra) é o mais desconhecido entre os todos. As pessoas têm medo do que não conhece. Na medida em que vai ficando conhecido essa barreira será diminuída”, justificou o deputado.

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