Políticos precisam ter boas propostas em tempo de TV

Segundo especialistas, mais que muita exposição é preciso sensibilizar o eleitor

por Élida Maria qui, 30/01/2014 - 15:40
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Túlio Velho Barreto alerta para mensagens vazias e inexequíveis Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Foi dada a largada de conversas, fechamento de alianças e apoios em prol do maior tempo de TV entre os partidos políticos. Mesmo assim, especialistas alertam para a maneira como devem ser usados os períodos de inserções no rádio e TV para que a mensagem repassada possa atingir da melhor forma a parcela de eleitorado e seus obter votos. 

Recentemente, o ex-presidente Lula (PT) comentou que o partido chegará à campanha eleitoral para a reeleição de Dilma Rousseff (PT) com um tempo jamais obtido por outros candidatos. No entanto, segundo o cientista político Túlio Velho Barreto, os minutos realmente são relevantes e, por isso, são tão requisitados. “O tempo de propaganda no rádio e na televisão são muito importantes, tanto que os principais pré-candidatos no período pré-eleitoral buscam ampliar o máximo a sua base de aliança porque cada partido tem um tempo proporcional em relação a sua bancada. Evidentemente, se você tiver mais apoio, você tem mais tempo”, esclareceu. 

De acordo com o cientista político todo tempo exibido é válido, inclusive, os curtos usados dentro das programações diárias. “É importante não só aquele momento em que os partidos ocupam durante o que a gente chama de propaganda eleitoral, mas aquele mais longo no meio do dia, e no início da noite, feitas durante a programação é são até mais eficazes, porque é um tempo mais curto e uma mensagem mais direta e quem está assistindo não tem a iniciativa de desligar ou mudar de canal”, destacou. 

Barreto também alertou para o uso de uma comunicação bem produzida e que chame a atenção do eleitor. “O tempo é tão importante quanto saber aproveitar ele com propostas e com um discurso que sensibilize e cole junto ao eleitorado. Não é porque eu tendo 15 minutos que resolve o problema do candidato, não resolve. É necessário alguns motes, oferecer ao eleitor algo que pode ser implementado, ter um projeto e isso é muito difícil, usam muito o marketing, mas é preciso ter cuidado para as propagandas vazias, inexequíveis e fantasiosas”, completou. 

Seguindo a mesma linha de pensamento, o analista político Maurício Romão frisou que o tempo de rádio e TV sempre foi uma variável muito importante, mas não se deve esquecer a forma de comunicar-se com o eleitor. “Não adianta ter um tempo de TV muito longo e não consiga transmitir as mensagens de forma que sejam absorvidas pelos eleitores, que sejam assimilados. Então, se você conseguir unir essa perspectiva positiva de ter mensagens e que essas mensagens sejam absorvidas pelo eleitorado é um passo fundamental para determinação do voto”, avaliou. 

Romão lembrou ainda que os minutos podem ser usados tanto a nível nacional quanto estadual e neste contexto, o PSB por possui uma base aliada forte em Pernambuco e deverá conseguir alcançar cerca de 10 minutos. Já no âmbito nacional, este tempo é superado pelo PT. “Dilma deverá conseguir cerca de 12 a 13 minutos e Campos terá menos de dois, de qualquer forma, o tempo obtido nos Estados também podem ser usados, sendo que o candidato aparecerá apenas a nível local nesses casos”, explanou. 

Ainda sobre a relevância dos minutos na mídia, o analista político lembrou de políticos como o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB), que tinha muito tempo nas eleições de 2012, mas acabou usando para falar de tudo e teve uma vitória apertada, enquanto a ex-senadora Marina Silva (PSB) tinha um pouco mais de minuto e conseguiu levar a disputa contra Dilma para o segundo turno. Além disso, Romão acredita que fatores como as manifestações das ruas, os rolezinhos, críticas à Copa do Mundo entre outras coisas, poderão ser fatores contribuintes na hora da vitória em 2014. “Deste ambiente nacional que estamos vivenciando as ruas reais estão vazias, mas as ruas virtuais estão completamente lotadas, o que pode configurar a repetição de um segundo turno neste ano”, avalia o analista. 

 

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