Após insatisfações, ala do PT passa a apoiar Paulo Câmara

Comandada por Gilson Guimarães, grupo se queixa de falta de espaço

por Giselly Santos seg, 29/09/2014 - 11:10
Clélio Tomaz/LeiaJáImagens/Arquivo Guimarães afirmou que o grupo tem perdido espaços nas decisões do PT Clélio Tomaz/LeiaJáImagens/Arquivo

A corrente do PT de Lutas e Massa, encabeçada pelo membro da Executiva da legenda em Pernambuco, Gilson Guimarães, passará a "fazer campanha" para o candidato a governador, Paulo Câmara (PSB). A dissidência do grupo, que é composto por 80 diretorianos e cinco presidentes municipais, é resultado, segundo eles, da "falta de diálogo interno" no partido. A questão já causou diversos imbróglios entre os petistas. 

Em nota, divulgada nesse domingo (28), a ala aponta que a "aliança histórica com a Frente Popular" deve ser mantida, independente da disputa presidencial. "Lideranças com mandatos tentam o tempo todo impor suas posições políticas ao partido, as quais carecendo de lógica democrática atendem somente seus próprios interesses, numa tentativa de transformar o PT de Pernambuco em um partido de cúpula e de donos, de mandos e de desmandos", observa o grupo, no texto. 

Tentando minimizar o fato, a presidente estadual do PT, deputada Teresa Leitão, repudiou a atitude e disse que o PTLM está saindo das defesas do PT. "Não vamos perder tempo com isso. Nosso foco agora é a reeleição de Dilma, a eleição de Armando e João Paulo", afirmou. "Quem rompe com a chapa de Armando e de João Paulo, rompe com o PT", acrescentou a petista. Segundo ela, uma quantia pequena de filiados tomou a atitude. 

Em nota, os coordenadores das campanhas no estado, grupo que Guimarães também fazia parte, colocou a decisão do PTLM como "inaceitável e inadmissível", além de apontar como uma "traição" a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). "Essa posição é inaceitável e inadmissível, rompendo com a democracia petista e afrontando decisões legítimas das instâncias do PT-PE. Minoritário no partido, esse grupo escolheu fazer o jogo dos nossos adversários e se excluiu do PT com essa atitude apequenada, típica dos que priorizam seus interesses em detrimento do projeto de mudanças que o PT lidera", diz um trecho do documento. 

Componente da majoritária estadual, o candidato a senador João Paulo (PT) afirmou ser contra o posicionamento da tendência e disse que "vê com gravidade esta posição antagônica às instâncias partidárias e ao projeto de reeleição da presidenta Dilma" e deixou claro que aguardará as decisões que serão tomadas tanto pela executiva estadual quanto nacional do partido.

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