Manifestações e quedas políticas marcaram a semana

Prisão de João Vaccari Neto, manifestações contra o governo Dilma e a vinda de Lula a Pernambuco são alguns dos destaques

por Giselly Santos sab, 18/04/2015 - 06:06

Manifestações populares contra o governo da presidente Dilma Rousseff e a aprovação do projeto de lei 4330, que regulamenta a terceirização no Brasil, além de algumas quedas políticas e a ascensão do PMDB no Governo Federal marcaram a semana. 

Durante os últimos dias a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, deu continuidade as prisões e investigações dos esquemas de propina em contratos da Petrobras. Na segunda-feira (13), o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP) já condenado pelo processo do Mensalão, foi transferido do Centro de Ressocialização do Agreste, em Canhotinho, a 170 km do Recife, para a carceragem da PF em Curitiba, no Paraná. Ele é acusado de intermediar o desvio de verbas para o PP. Pedro Corrêa foi levado a capital paranaense para prestar esclarecimentos sobre o caso

Ainda como ações da Lava Jato, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi preso. Com a prisão, o petista foi afastado do cargo. Mas a legenda prestou solidariedade a ele, classificando o ato como “desnecessário”. Vaccari é apontado como o principal mediador do PT no esquema de propina. O nome dele é citado pelas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A queda do político foi considerada, por parlamentares da oposição, como a prova de “degradação moral” do PT. 

Legislativo

No âmbito nacional, os governadores dos estados do Nordeste se encontraram com as bancadas federais na última quarta. Durante a reunião, os gestores elencaram as principais necessidades locais e pediram mais atenção aos projetos que de alguma forma dificulta a administração dos estados da região. 

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), participou do encontro. Ao fazer um balanço dos assuntos tratados com os parlamentares, o socialista afirmou que o estado investirá três vezes menos este ano. Segundo o governador foi solicitado uma maior atenção às matérias que tratam dos ajustes fiscais e dos indexadores das dívidas. 

Já no legislativo estadual, na última quinta-feira (16), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) expediu uma liminar determinando a suspensão do deputado Guilherme Uchoa do cargo de presidente da Assembleia Legislativa (Alepe). Ele foi reconduzido ao comando do legislativo estadual pela quinta vez, em fevereiro, e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em ajuizou uma ação alegando a inconstitucionalidade da recondução. 

Além de Uchoa, a liminar também se estende para o deputado estadual Eriberto Medeiros (PTN) que ocupa, pela terceira vez, a 4ª secretaria da Casa. A medida ainda cabe recurso, mas até a decisão final Uchoa e Medeiros devem ficar afastados dos cargos. Até o TJPE emitir o parecer final sobre a liminar, o deputado Augusto César (PTB) vai presidir a Alepe. 

Manifestações

No domingo (12), a Avenida Boa Viagem, no Recife, e outras 400 cidades do país foram palco de novos atos contra Dilma. Durante os protestos, a população pedia a saída da petista do comando do Brasil, a reforma política e o fim da corrupção. Na capital pernambucana, de acordo com a organização, 40 mil pessoas foram às ruas. 

Na manifestação também foi lançada a Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos, onde se reuniram mais de 50 grupos para “dar voz aos pedidos das ruas”. Líderes da Aliança estiveram no Congresso Nacional, na última quarta-feira (15), onde se reuniram com integrantes da bancada de oposição e entregaram uma carta de reivindicações aos presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, respectivamente. No entanto, ao contrário do esperado, o grupo não pediu o impeachment da presidente Dilma Rousseff no texto.

Outro protesto, desta vez contra o Congresso Nacional, aconteceu também na quarta. Organizados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), os atos pediam a reprovação do Projeto de Lei 4330 que regulamenta a terceirização no Brasil. A pressão popular ocasionou o adiamento da conclusão da matéria na Câmara, que deverá voltar à pauta na quarta-feira (22). A CUT prometeu que se o texto for totalmente aprovado pelo Congresso, pode acontecer uma greve geral no país. 

PT e PMDB

Apesar de todo o embate interno entre o PT e o PMDB, os partidos estão aparentemente se entendendo. Na semana passada, Dilma nomeou o vice-presidente Michel Temer como o coordenador das articulações políticas da gestão. Esta semana a petista concedeu mais um ministério ao PMDB, o do Turismo. Ela nomeou, nessa quinta-feira (16), o ex-presidente a Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, para ministro do Turismo. 

A abertura de espaço para os peemedebistas tem sido encarada como uma "jogada inteligente" por alguns. Para a presidente estadual do PT, deputada Teresa Leitão, a unidade entre o PT e o PMDB necessidade de muitas articulações. “É preciso estratégias do PT. Tem que discutir muito na política”, avaliou a parlamentar. 

Visita de Lula

Mesmo com a crise nacional e as quedas do PT, o ex-presidente Lula (PT) visitou Pernambuco nessa sexta-feira (17). Ele foi contratado para ministrar uma palestra durante a inauguração oficial da fábrica da cervejaria Itaipava, em Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Em palestra remunerada em PE, o ex-presidente Lula enalteceu governo Dilma Rousseff. O petista também recebeu elogios do primogêmito de Eduardo Campos, João Campos

 

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