“Prefeito não é mágico”, desabafa Patriota na Marcha no DF

O socialista pontuou as dificuldades econômicas dos municípios e as artimanhas que os gestores realizam

por Élida Maria qua, 27/05/2015 - 17:55
Cleiton Lima/LeiaJáImagens/Arquivo O presidente da Amupe também comentou as propostas da reforma política Cleiton Lima/LeiaJáImagens/Arquivo

O presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Afogados de Ingazeira, José Patriota (PSB), foi um dos palestrantes na abertura da XVIII Marcha a Brasília em defesa dos Municípios, conhecida como Marcha dos Prefeitos, nessa terça-feira (26). No encontro, o socialista representou a região Nordeste e abordou a demanda que recaí sobre as prefeituras e a responsabilidade do Governo Federal e do Congresso Nacional para a atual situação.

De acordo com Patriota, os gestores municipais têm a maior responsabilidade, e por isso merecem respeito, contextualizando a realidade política e administrativa que envolve os Municípios. “O Brasil real se encontra aqui, nesse momento. De ponta a ponta, de Norte a Sul”, declarou no início de sua fala. Segundo ele, há crises por todo o país, mas só as cidades são fiscalizadas. “A responsabilidade do Brasil é compartilhada com todos os Entes – União, Estados e Municípios. Responsabilidades nós temos demais, fiscalização só os Municípios”, destacou.

Enaltecendo o Poder Executivo Municipal, o prefeito do Sertão pernambucano se colocou como parceiro. “Queremos ser parceiros para melhorar o Brasil, porque o que seria dos programas federais e das políticas públicas se não fosse a destinação para o prefeito”, avaliou Patriota. “É impossível o governo do Estado e o governo federal chegar à casa de cada cidadão sem a participação direta das prefeitas e dos governos municipais”, acrescentou.

Descrevendo as dificuldades enfrentadas, José Patriota comentou os problemas com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), com a crise econômica e com prefeitos desonestos, que são enquadrados na Lei da Fixa Suja, mesmo quando encontram a prefeitura comprometida. “Mas, prefeito é trabalhador, é disposto. Ele só não é mágico, porque não tem como fechar a conta no final de mês, se todo o dia recebe responsabilidades, e a receita não cresce na mesma proporção. A receita é estagnada”, afirmou. “Tudo que acontece no Município é responsabilidade do Cristo do prefeito”, ironizou.

Sobre o Nordeste, o presidente da Amupe priorizou os problemas com a seca. Ele falou que são cinco anos consecutivos de estiagem, que impacta mais de 22 mil habitantes – moradores do Semiárido. “Não podemos negar um copo de água a quem te direito a vida”, ponderou alegando que além do governo o Congresso Nacional também tem grande responsabilidade sobre a Educação, à Saúde e as demais áreas da administração pública.

Reforma política – Sobre as propostas da reforma política, o socialista comparou as sugestões de mudanças para os prefeitos e deputados. “Porque dois anos para prefeitos e cinco anos para vocês [parlamentares]”, falou se referindo a tramitação de projetos que tratam da reforma. “Vamos ter um tratamento igual. Vamos ter respeito com o municipalismo brasileiro”, desabafou cobrando posteriormente unidade de todos. 

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