Mudanças no comando do PSB de Petrolina geram imbróglios

Deputado Lucas Ramos se posicionou contra a presidência da Comissão Provisória da legenda na cidade ter sido assumida pelo deputado Miguel Coelho. Os dois têm projetos distintos para a legenda em 2016

por Giselly Santos seg, 27/07/2015 - 11:36
Montagem/LeiaJáImagens A posse de Coelho inviabiliza o projeto de Ramos para uma aliança entre o PMDB e o PSB na cidade Montagem/LeiaJáImagens

A instalação de uma Comissão Provisória para comandar o PSB em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, gerou um desconforto entre os socialistas que mantêm suas bases políticas na cidade. Em nota encaminhada à imprensa, o deputado estadual Lucas Ramos se posicionou contra a presidência da comissão ser assumida pelo também deputado estadual Miguel Coelho e decidiu não participar do grupo aprovado pelo presidente da legenda no estado, Sileno Guedes. 

“Entendemos que a substituição do deputado Gonzaga Patriota representa uma imposição de um projeto político familiar, que mais uma vez atropela os companheiros sem nenhuma discussão interna e democrática”, disparou Ramos no texto. O posicionamento, segundo ele, é “compartilhado por muitas lideranças” locais. 

O imbróglio, na realidade, vai além das escolhas para dirigir o partido na cidade. Lucas Ramos e Miguel Coelho são nomes ventilados pelo PSB para disputar a Prefeitura de Petrolina em 2016 e o comando ter passado para Coelho inviabiliza o projeto de Ramos, que articula uma possível aliança entre o PMDB e o PSB, sendo ele o indicado do prefeito Julio Lossio (PMDB) a sucessão. Miguel Coelho é filho do senador Fernando Bezerra Coelho e irmão do deputado federal Fernando Filho, ambos rivais políticos de Julio Lossio.

Em nota, Lucas Ramos deixou claro que só voltaria a discutir o comando da legenda durante a escolha do Diretório municipal. O que ainda não tem data prevista, segundo Sileno Guedes. “O partido tem um calendário para a realização dos seus Congressos, o prazo não é agora. Quem define este calendário é a Executiva Nacional, ainda não foi divulgado e por isso optamos pela Comissão Provisória”, observou o presidente estadual em entrevista ao Portal LeiaJá.

Indagado sobre como se deu a formação da Comissão Provisória, Guedes pontuou que não foi uma questão familiar. “Negociamos com Petrolina, conversamos muito, inclusive com o deputado Lucas Ramos. Temos vários critérios para a escolha do grupo, um deles é justamente o tamanho da representação política de cada membro”, detalhou. “O grupo que Miguel Coelho integra é grande, tem um senador, um deputado federal e ele. Serem da mesma família é coincidência”, acrescentou o dirigente, rebatendo a avaliação de Ramos. 

De acordo com o presidente do PSB-PE, as indicações dos membros para a comissão foram feitas pelos parlamentares. Os deputados federais indicaram dois nomes cada e os estaduais um nome. "Foi um consenso", resumiu Sileno Guedes. Procurado pela nossa reportagem, o deputado Miguel Coelho não atendeu as ligações.

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