Tópicos | comissão provisória

A novela da família Lyra em Caruaru pelo comando do PSB local e, consequentemente, a prioridade na disputa pela prefeitura da cidade em 2016, teve um fim: a deputada estadual Raquel Lyra (PSB) assumiu, nessa sexta-feira (6), a presidência da Comissão Provisória do partido em Caruaru.  A parlamentar substitui a ex-deputada Laura Gomes, que estava articulando para assegurar o posto diante da possibilidade do prefeito José Queiroz (PDT) endossar o nome do seu marido e vice-prefeito, Jorge Gomes (PSB), para a sucessão no próximo ano. 

Também vão fazer parte da nova gestão da legenda o vice-presidente José Pereira; o secretário-geral Rubens Júnior; o tesoureiro Luciano Vasquez (representante da executiva estadual) e o membro Rodrigo Pinheiro.

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“Depois de muita discussão do posicionamento do PSB na cidade de Caruaru, nós vamos assumir a presidência do partido por delegação do executivo estadual junto com companheiros que têm boa trajetória na vida pública e nas atividades que dignificam a política", frisou Raquel Lyra. Segundo ela, a ideia é de que a legenda possa "fazer um trabalho de discussão da cidade, de fortalecimento institucional e orgânico do partido, trabalhar as filiações partidárias e buscar os seguimentos de mulher, de juventude, de negritude, dos movimentos LGBT, rural e sindical" na capital do Agreste.

"A partir disso, com demais atores do partido, transpor a bandeira socialista e fazer um diálogo com a sociedade. O PSB já trás essa experiência de discussão no estado de Pernambuco. Tive a honra de acompanhar esse governo com Eduardo, João Lyra e, agora, com Paulo Câmara”, explicou Raquel Lyra. Com a nova posição no PSB, Raquel Lyra e o ex-governador João Lyra descartam a possibilidade de migrarem para o PSDB. 

Sob a ótica do presidente do PSB em Pernambuco, Sileno Guedes, a decisão, tomada após um amplo processo, deve fortalecer as pretensões da agremiação na cidade. “Caruaru é uma cidade muito importante para as executivas estadual e nacional do PSB. Raquel e essa comissão vão fazer o partido crescer, ter vida orgânica. Essa característica do PSB em Caruaru será ampliada. Raquel dará seguimento a um trabalho importante, que já foi feito dando o destaque que o PSB de Caruaru sempre teve no cenário estadual e nacional”, disse.

A instalação de uma Comissão Provisória para comandar o PSB em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, gerou um desconforto entre os socialistas que mantêm suas bases políticas na cidade. Em nota encaminhada à imprensa, o deputado estadual Lucas Ramos se posicionou contra a presidência da comissão ser assumida pelo também deputado estadual Miguel Coelho e decidiu não participar do grupo aprovado pelo presidente da legenda no estado, Sileno Guedes. 

“Entendemos que a substituição do deputado Gonzaga Patriota representa uma imposição de um projeto político familiar, que mais uma vez atropela os companheiros sem nenhuma discussão interna e democrática”, disparou Ramos no texto. O posicionamento, segundo ele, é “compartilhado por muitas lideranças” locais. 

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O imbróglio, na realidade, vai além das escolhas para dirigir o partido na cidade. Lucas Ramos e Miguel Coelho são nomes ventilados pelo PSB para disputar a Prefeitura de Petrolina em 2016 e o comando ter passado para Coelho inviabiliza o projeto de Ramos, que articula uma possível aliança entre o PMDB e o PSB, sendo ele o indicado do prefeito Julio Lossio (PMDB) a sucessão. Miguel Coelho é filho do senador Fernando Bezerra Coelho e irmão do deputado federal Fernando Filho, ambos rivais políticos de Julio Lossio.

Em nota, Lucas Ramos deixou claro que só voltaria a discutir o comando da legenda durante a escolha do Diretório municipal. O que ainda não tem data prevista, segundo Sileno Guedes. “O partido tem um calendário para a realização dos seus Congressos, o prazo não é agora. Quem define este calendário é a Executiva Nacional, ainda não foi divulgado e por isso optamos pela Comissão Provisória”, observou o presidente estadual em entrevista ao Portal LeiaJá.

Indagado sobre como se deu a formação da Comissão Provisória, Guedes pontuou que não foi uma questão familiar. “Negociamos com Petrolina, conversamos muito, inclusive com o deputado Lucas Ramos. Temos vários critérios para a escolha do grupo, um deles é justamente o tamanho da representação política de cada membro”, detalhou. “O grupo que Miguel Coelho integra é grande, tem um senador, um deputado federal e ele. Serem da mesma família é coincidência”, acrescentou o dirigente, rebatendo a avaliação de Ramos. 

De acordo com o presidente do PSB-PE, as indicações dos membros para a comissão foram feitas pelos parlamentares. Os deputados federais indicaram dois nomes cada e os estaduais um nome. "Foi um consenso", resumiu Sileno Guedes. Procurado pela nossa reportagem, o deputado Miguel Coelho não atendeu as ligações.

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