Eike Batista nega irregularidades em empréstimos com BNDES

Aos parlamentares, ele disse que investiu R$ 150 bilhões em diversos projetos no país e que cerca de R$ 10 bilhões é que foram feitos através dos recursos disponibilizados pelo banco

por Dulce Mesquita ter, 17/11/2015 - 11:05
Luis Macedo/Câmara dos Deputados Batista negou que as empresas dele tenham obtido vantagens nos empréstimos junto ao banco Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga denúncias de irregularidades no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o empresário Eike Batista negou ilegalidades nos investimentos e acusou a imprensa de estar divulgando “inverdades”.

Aos parlamentares, ele disse que investiu R$ 150 bilhões em diversos projetos no país e que cerca de R$ 10 bilhões é que foram feitos através dos recursos disponibilizados pelo banco. Outros R$ 30 bilhões provenientes de outras fontes de financiamentos eram administrados por ele. “Qualquer empresário vai atrás de várias fontes para baratear seus custos”, frisou.

Ele deu o exemplo do porto do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro. O projeto do grupo EBX contou com R$ 70 bilhões em recursos, sendo apenas R$ 3 bilhões financiados pelo BNDES.

Segundo ele, o banco não teve qualquer prejuízo com os financiamentos ao grupo EBX. “Eu arrisquei demais em um negócio altamente arriscado, que é a produção de petróleo. Os campos renderam um terço do esperado, depois que a empresa captou 11 bilhões de reais no exterior”, disse ele, quando explicou sobre a queda em 90% do valor de mercado de suas empresas.

Ainda durante o depoimento na comissão, ele negou que as empresas dele tenham obtido vantagens nos empréstimos junto ao banco. “Os empréstimos foram importantes e foram pagos com juros, como todo mundo paga, tudo lastreado em garantias, até mesmo meus bens pessoais”, disse.

Para ele, o BNDES viu na MPX - empresa de energia do grupo – uma boa oportunidade de investimento. “Eu acho que o BNDES enxergou na MPX uma tremenda geradora de energia para o Nordeste. Talvez não precisasse ter entrado. Não entrou como socorro”, disse.

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