Eike Batista nega irregularidades em empréstimos com BNDES
Aos parlamentares, ele disse que investiu R$ 150 bilhões em diversos projetos no país e que cerca de R$ 10 bilhões é que foram feitos através dos recursos disponibilizados pelo banco
Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga denúncias de irregularidades no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o empresário Eike Batista negou ilegalidades nos investimentos e acusou a imprensa de estar divulgando “inverdades”.
Aos parlamentares, ele disse que investiu R$ 150 bilhões em diversos projetos no país e que cerca de R$ 10 bilhões é que foram feitos através dos recursos disponibilizados pelo banco. Outros R$ 30 bilhões provenientes de outras fontes de financiamentos eram administrados por ele. “Qualquer empresário vai atrás de várias fontes para baratear seus custos”, frisou.
Ele deu o exemplo do porto do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro. O projeto do grupo EBX contou com R$ 70 bilhões em recursos, sendo apenas R$ 3 bilhões financiados pelo BNDES.
Segundo ele, o banco não teve qualquer prejuízo com os financiamentos ao grupo EBX. “Eu arrisquei demais em um negócio altamente arriscado, que é a produção de petróleo. Os campos renderam um terço do esperado, depois que a empresa captou 11 bilhões de reais no exterior”, disse ele, quando explicou sobre a queda em 90% do valor de mercado de suas empresas.
Ainda durante o depoimento na comissão, ele negou que as empresas dele tenham obtido vantagens nos empréstimos junto ao banco. “Os empréstimos foram importantes e foram pagos com juros, como todo mundo paga, tudo lastreado em garantias, até mesmo meus bens pessoais”, disse.
Para ele, o BNDES viu na MPX - empresa de energia do grupo – uma boa oportunidade de investimento. “Eu acho que o BNDES enxergou na MPX uma tremenda geradora de energia para o Nordeste. Talvez não precisasse ter entrado. Não entrou como socorro”, disse.