Betinho: Cunha está mais perto da prisão do que da Câmara

Durante a discussão do parecer que pede a cassação do mandato de Eduardo Cunha, o tucano defendeu que os pares não coloquem "panos mornos" nas irregularidades cometidas pelo peemedebista

por Giselly Santos ter, 07/06/2016 - 11:39
Agência Câmara Para Betinho, votar pela cassação é reatar o relacionamento do Legislativo com a população Agência Câmara

Único pernambucano no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, Betinho Gomes (PSDB) afirmou, nesta terça-feira (7), que o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está mais próximo de ser preso do que voltar às atividades legislativas. O colegiado iniciou, há pouco, a discussão sobre o perecer que pede a cassação do mandato de Cunha e a estimativa é de que vote a recomendação do relator Marcos Rogério (RO) ainda nesta terça. 

O texto que recomenda a cassação do peemedebista é baseado na alegação de que o parlamentar mentiu ao dizer em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras ao negar ter contas não declaradas no exterior. Em sua defesa, Cunha afirmou que se tratava de trustes, mas o argumento foi desconsiderado pelo relator. 

“Estamos analisando um caso de extrema gravidade. Não se pode colocar panos mornos ou tapar o sol com a peneira. Eduardo Cunha mentiu aos seus pares, mentiu ao povo brasileiro e é corrupto. Será inexplicável para que este conselho não se manifeste favoravelmente ao pedido de cassação, será algo desconfortável. Ele está mais próximo da prisão do que de voltar para esta Casa”, salientou Betinho Gomes, que lembrou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastar Cunha das funções parlamentares e do pedido feito pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao STF para que ele seja preso. 

Sob a ótica de Gomes, o Conselho de Ética está analisando um “caso de extrema gravidade” e esta é a oportunidade do Legislativo “reatar minimamente” o relacionamento com a sociedade. “Nossa responsabilidade de cassar aquele que cometeu atos ilegais. É um momento de dar exemplo e ter ma atitude que possa minimizar todos os desgastes e descrença, não podemos aprofundar mais a crise, devemos dar um jeito de amenizar esta crise política”, cravou. 

Para o tucano, o relatório de Marcos Rogério “não deixou brechas que não fosse o caminho de cassação” e se faz necessário que os parlamentares evitem novas manobras favoráveis a Eduardo Cunha. “Hoje a tarde a CCJ vai ser palco de outra tentativa de livrar a cara de Eduardo Cunha”, observou. Caso o parecer seja realmente votado ainda nesta terça, a expectativa é de que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara analise os recursos que impedem a continuação do processo até amanhã. Em seguida, o texto segue para a votação em plenário. Para a cassação do mandato de Eduardo Cunha ser efetivada, 257 parlamentares devem votar a favor do relatório. 

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