Paulo César Morato é enterrado na Mata Sul de Pernambuco

Investigação sobre a morte do empresário apontado como "testa de ferro" do esquema que supostamente forneceu propina para Eduardo Campos (PSB) deve ser concluída em 10 dias

por Giselly Santos seg, 04/07/2016 - 11:23

O corpo do empresário Paulo César Morato foi retirado do Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife e enterrado em Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, na tarde nesse domingo (3). O enterro foi confirmado pela prefeitura da cidade na manhã de hoje. Desde a última quinta-feira (30), o corpo de Morato estava liberado para os procedimentos fúnebres, mas a família ainda não havia procurado o IML.   

Apontado como "testa de ferro" do esquema de corrupção que supostamente forneceu propina para a campanha de Eduardo Campos (PSB), Morato faleceu no último dia 21, quando foi deflagrada a Operação Turbulência. O corpo dele foi encontrado sem vida em um motel em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, no dia seguinte.

De acordo com as primeiras conclusões do laudo pericial, o empresário morreu após uma “intoxicação exógena por organofosforado”, ou seja, a ingestão de chumbinho. A Polícia Civil, entretanto, ainda não sabe se ele ingeriu o veneno por conta própria ou foi obrigado a isso. 

No último sábado (2), uma nova perícia foi realizada no motel para que fossem verificados os detalhes da estrutura física do local e apresentar ao perito criminal responsável por analisar as câmeras onde estão instalados os equipamentos de filmagem.  As investigações estão sendo comandas pela delegada Gleide Ângelo. Segundo ela, a expectativa é de que nos próximos dez dias as circunstâncias da morte do empresário sejam apresentadas.

Operação Turbulência

Paulo César Barros Morato era considerado foragido da Polícia Federal por envolvimento na Operação Turbulência, que investiga um esquema criminoso especializado em lavagem de dinheiro com a utilização de empresas fantasmas e “laranjas”. 

Ele era apontado pela PF como o “testa de ferro” do esquema por ser o dono da Câmara & Vasconcelos, empresa responsável pelo recebimento de quase R$ 19 mil da OAS, investigada na Lava Jato, para um suposto serviço de terraplanagem nas obras da Transposição do Rio São Francisco. O montante, entretanto, pode ter sido destinado para pagar o avião utilizado por Eduardo Campos na campanha presidencial em 2014.

Com o corpo de Morato foram encontrados documentos pessoais, 7 pendrives, 3 celulares, R$ 3 mil em espécie, 3 cheques de terceiros sem valores, 53 envelopes para depósito vazios e remédios para diabetes e hipertensão.

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