Governo enxuga gastos administrativos e critica Dilma

Economia do Ministério da Saúde gerou um investimento de mais R$ 1,3 bilhão no SUS. Para Temer, governo precisa de uma gestão eficiente

por Dulce Mesquita qua, 14/09/2016 - 11:52
Marcos Corrêa/PR Ministro Ricardo Barros apresentou a prestação de contas dos quatro meses de gestão Marcos Corrêa/PR

O governo federal divulgou, nesta quarta-feira (14), as ações empreendidas pelo Ministério da Saúde para enxugar as despesas e investir os recursos no atendimento à população, através do Sistema Único de Saúde (SUS) e outras medidas. A economia foi de R$ 1,3 bilhão em quatro meses.

"Toda essa economia representa mudanças na gestão, sem abrir mão das ações do ministério que já estavam sendo realizadas. Estamos fazendo mais com menos", frisou o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Segundo ele, a reforma administrativa compreendeu o corte de 335 cargos comissionados e redução de 33% de despesas de aluguel e serviços gerais. A revisão de contratos de informática gerou uma economia de R$ 80 milhões e a renegociação no preço dos medicamentos, de R$ 900 milhões. “Conseguimos diminuir em 7% o preços dos medicamentos negociados em real e em 17% os negociados em dólar”, informou Barros.

Segundo ele, os recursos economizados estão sendo revertidos para o reforço no atendimento em 99 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), 1.401 serviços de saúde em 216 Santas Casas e hospitais filantrópicos, representando por exemplo o aumento de 978 leitos disponíveis para o SUS. Também foram feitos pagamentos de cirurgias eletivas que estavam em atraso e emendas que não haviam sido pagas.

"Aumentamos o acesso dos brasileiros aos tratamentos e medicamentos", salientou o ministro. A prestação de contas é uma aceno aos empresários e instituições filantrópicas do setor e uma forma de mostrar que o governo deseja gerir melhor os recursos da União. "Economizaremos muitos bilhões de reais para reaplicar na saúde brasileira", garantiu Barros.

A intenção da pasta é alcançar uma economia de 20% dos recursos com o protocolo integrado, unificação dos sistemas de saúde, controle dos medicamentos e prontuário eletrônico. “Dessa forma, por exemplo, o cidadão poderá ir a qualquer unidade de saúde sem ter a necessidade de refazer alguns exames que já tinham sido feitos antes. Isso porque o prontuário estará disponível eletronicamente”, explicou. "Estamos modernizando o atendimento da população. Vamos incorporar modernas tecnologias com melhor custo benefício”.

Barros disse ainda que o governo está empenhado em realizar pesquisas e desenvolver vacinas para o controle e combate do mosquito Aedes aegypti. Ele anunciou também que o transporte de órgãos feito pela Força Aérea Brasileira (FAB) aumentou de cinco até julho para 52 nos últimos quatro meses. "Teremos os recursos para cumprir todos os compromissos assumidos neste ano", adiantou.

Gestão eficiente

Em pronunciamento durante a cerimônia, o presidente Michel Temer elogiou o trabalho de Ricardo Barros no que chamou de uma “gestão eficiente”. “A economia extraordinária que foi feita lá no Ministério da Saúde significa uma boa gestão, uma gestão equilibrada. Sem uma política fiscal responsável, a saúde não tem viabilidade financeira. Sem uma política de gastos públicos sustentável, a saúde entrará em colapso. Não há saúde sem eficiência”. De acordo com o peemedebista, o modelo está sendo implantado em todos os setores da administração.

Temer também alfinetou a gestão de Dilma Rousseff, ao ressaltar que o governo está “acertando as contas”. “Verbas que não estavam sendo pagas pelo governo federal e agora retoma-se o pagamento para não onerar os Estados e municípios”. “Estamos desmentindo uma versão que corre pelas ruas de que o nosso governo tem o objetivo central de destruir a saúde, destruir a educação e destruir os trabalhadores. E peço licença para dizer que isso é inadmissível”, disparou.

Mais cedo, através de redes sociais, o presidente disse, em vídeo, que o governo não pretende retirar direitos trabalhistas, como o acesso ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em casos de demissão sem justa causa.

“Esse é o nosso compromisso: assegurar mais recursos a serem aplicados numa gestão mais eficiente. E assegurar uma gestão eficiente que gerará mais recursos. Um ciclo virtuoso que use a responsabilidade e o uso de meios públicos para uma saúde pública de qualidade”, finalizou.

COMENTÁRIOS dos leitores