SP: Evangélicos avançam e bancada da bala acaba na Câmara
Os eleitores de São Paulo trocaram 22 dos 55 vereadores - índice de renovação de 40%, o mesmo da eleição de 2012
O resultado das urnas na cidade de São Paulo aponta aumento de 75% de vereadores evangélicos e também o fim da chamada "bancada da bala" na Câmara Municipal. Em 2012, o paulistano havia escolhido oito parlamentares religiosos, mas o número subiu para 14 nesta votação. Já entre os policiais, apenas a campanha do ex-PM da Rota Conte Lopes (PP) foi bem-sucedida. Antigos membros da Casa, os deputados estaduais Coronel Camilo (PSD) e Coronel Telhada (PSDB) não conseguiram eleger seus afilhados políticos.
Os eleitores de São Paulo trocaram 22 dos 55 vereadores - índice de renovação de 40%, o mesmo da eleição de 2012. Entre os novos parlamentares que assumem no dia 1º de janeiro de 2017, estão seis evangélicos. Dos novatos, o mais votado foi João Jorge (PSDB), da Assembleia de Deus (42.404 votos), o 18.º colocado entre todos os eleitos. A igreja é a mesma dos agora vereadores Gilberto Nascimento Junior (PSC) e Rute Costa (PSD), filha do seu presidente José Wellington Bezerra da Costa.
Também são novidade os parlamentares André Santos (PRB), da Universal, Rinaldi Digilio (PRB), do Evangelho Quadrangular, e Adriana Ramalho (PSDB). Oito evangélicos que já eram conhecidos, como Eduardo Tuma (PSDB) e Souza Santos (PRB), conseguiram a reeleição. Com 5.833 votos, o vereador Jean Madeira (PRB), pastor da Universal que chegou a organizar cultos dentro da Câmara, acabou de fora.
Vereadores de São Paulo avaliam que o tempo curto de campanha e a nova legislação eleitoral, que não permite doação de empresas, ajudaram a aumentar o número de evangélicos na Casa. Para eles, as novas regras facilitam que sejam eleitos candidatos mais ricos e com público específico.
Bancada da bala
Dos representantes das forças policiais na Câmara, restou apenas o vereador Conte Lopes (PP), o 4.º lugar entre os eleitos de São Paulo, com 80.052 votos. Antes de se tornar parlamentar, Lopes foi membro da Rota, o grupo de elite da PM. Nem mesmo antigos nomes da Câmara conseguiram eleger sucessores.
O deputado federal Coronel Telhada (PSDB), por exemplo, apoiou a candidatura do sargento da PM Ronaldo Ligieri (PSDB). Ele reuniu 9.239 votos mas não foi eleito. Já Coronel Camilo atuou como cabo eleitoral do Coronel Arruda (PSD), que também não conseguiu uma cadeira na Câmara. Ao todo, 7.708 pessoas votaram no candidato.
A nova composição da Câmara deve ser favorável ao prefeito eleito João Doria (PSDB), com 25 vereadores pertencentes à sua coligação, além da expectativa de que partidos aliados de Marta Suplicy (PMDB) e Celso Russomanno (PRB) também passem a compor a base do tucano em 2017. Entre os partidos, a maior bancada será do PSDB, com 11 parlamentares, seguido pelo PT, com nove.