Marília: Legislativo não pode estar agachado ao Executivo

Vereadora do PT lançou candidatura à presidência da Câmara para contrapor a chapa única da base governista

por Giselly Santos dom, 01/01/2017 - 17:18

Os vereadores do Recife elegem, na tarde deste domingo (1º), os membros da Mesa Diretora da Câmara para  biênio 2017/2018. Ao anunciar oficialmente a sua candidatura a presidência da Casa, a vereadora Marília Arraes (PT) afirmou, em um discurso duro, que o Legislativo não pode estar "agachado" diante do Executivo para eleger a direção de acordo com os interesses, segundo ela, do prefeito Geraldo Julio (PSB). 

"Queremos hoje marcar uma posição com candidatura própria a presidência, pois não aceitamos que o Legislativo esteja agachado ao Executivo. Os próximos quatro anos não serão fáceis para o prefeito. Estaremos vigilantes e cumprindo o que o povo do recife anseia", declarou. 

Como a votação é aberta, a expectativa é de que a candidata receba votos apenas da bancada de oposição composta por, além dela, Rinaldo Júnior (PRB), Ivan Moraes (PSOL) e Jairo Brito (PT). A base governista concorre com uma chapa única tendo como candidato a presidente o vereador Eduardo Marques (PSB). 

Posse "infeliz" a Geraldo 

Pontuando ter saído "da zona de conforto", após ter deixado o PSB, Marília disparou contra o prefeito e seus aliados. "Saí da zona de conforto, do partido que instalou um estado de recessão em Pernambuco. Do partido que não é somente influência o Legislativo, mas exerce perseguição com os pares", observou. 

Para a petista a posse que será dada a Geraldo após a eleição da Mesa Diretora é um ato "infeliz". Isto porque, segundo a parlamentar, o "que a prefeitura tem feito é uma grande afronta aos eleitores". A ponderação foi exposta durante uma análise da reforma administrativa aprovada pela Casa na última semana. "Projeto totalmente mal feito. Tentamos formular emendas para que o servidor não fosse prejudicado. Coletamos assinaturas para a tramitação, mas não conseguimos porque o alto escalão, asselas do prefeito, exerceu influência sobre os vereadores". 

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