"Efeito da reforma da previdência será desastroso"

A análise é do líder da oposição, Humberto Costa (PT). Segundo ele, o país vai registrar uma "grande evasão" de novos contribuintes

por Giselly Santos sex, 10/02/2017 - 10:15
Alessandro Dantas/Liderança do PT Senador também se preocupa com a opção de jovens trabalhadores por não contribuir com a Previdência Alessandro Dantas/Liderança do PT

Líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT) disparou duras críticas contra a Reforma da Previdência proposta pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB). Sob a ótica do petista, os efeitos das alterações nas regras previdenciárias deverão ser "desastrosos".

“As consequências serão as piores possíveis, caso essa reforma seja implementada da forma que foi apresentada no Congresso. Vamos ter uma grande evasão de novos contribuintes da Previdência. Teremos cada vez menos pessoas com acesso ao benefício e para os que conseguirem se aposentar a remuneração será bem menor”, alertou Humberto, citando projeções negativas sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 feitas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Segundo informações apresentadas pelo Dieese, com a dificuldade de acesso e com os benefícios reduzidos, o novo governo coloca em risco a própria sobrevivência da Previdência Social e toda a estrutura de proteção social construída a partir da Constituição de 1988. “A fragilização da instituição se articula com o enfraquecimento das políticas públicas voltadas para a população e favorece o aumento da vulnerabilidade social, da pobreza e das desigualdades no país”, afirma nota divulgada Departamento.

Outro ponto, que segundo Humberto Costa é preocupante, é a opção que os trabalhadores jovens podem fazer por não contribuir com a Previdência. “Os que acabaram de entrar no mercado de trabalho ficarão completamente desestimulados com a Previdência pública e, já estão utilizando o jargão, 'se não vou usar, porque vou pagar?'”, assinalou.

Humberto ainda lembrou que para esses jovens receberem o teto precisarão contribuir, ininterruptamente, durante 49 anos: “Com isso, eles migrarão para as previdências privadas e correremos o risco de ter um completo desmonte da Previdência Social como instituição”.

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